Alguns leitores pediram e aqui está o texto do eterno Raulzito, um dos pioneiros da história do rock no Brasil. Não só pela sua voz marcante, o cantor conquistou milhares de fãs pelas suas composições inteligentes e provocadoras à submissão da política e de seus seguidores ao “sistema”.
Irreverência também foi outro marco na carreira de Raul, que foi apontado em uma sociedade conservadora, como bruxo pelas suas letras e “viagens conscientes”, que ele assumiu ter para alcançar inspiração para compor. Isso sem contar a implementação da “Sociedade Alternativa”, que era reforçada em versos como “Se eu quero e você quer/ Tomar banho de chapéu ou esperar Papai Noel/ Faça o que tu queres, pois é tudo dentro da lei”.
Sua obra musical é composta de 21 discos lançados em seus 26 anos de carreira e seu estilo musical é tradicionalmente classificado como rock e baião. O álbum de estreia, Raulzito e os Panteras (1968), foi produzido quando ele integrava o grupo Os Panteras, mas só ganhou notoriedade crítica e de público com as músicas de Krig-Ha, Bandolo! (1973), como "Ouro de Tolo", "Mosca na Sopa", "Metamorfose Ambulante". Raul Seixas adquiriu um estilo musical que o creditou de "contestador e místico", e isso se deve aos ideais que vindicou, como a Sociedade Alternativa apresentada em Gita (1974), influenciado por figuras como Aleister Crowley.
Raul se interessava por filosofia (principalmente metafísica e ontologia), psicologia, história, literatura e latim e algumas crenças dessas correntes foram muito aproveitadas em sua obra, que possuía uma recepção boa ou de curiosidade por conta disso. Ele conseguiu gozar de uma audiência relativamente alta durante sua vida, e mesmo nos anos 80 continuou produzindo álbuns que venderam bem, como Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum! (1987) e A Panela do Diabo (1989).
Raul Seixas morreu no dia 22 de agosto de 1989, vítima de uma parada cardíaca: seu alcoolismo, agravado pelo fato de ser diabético, e por não ter tomado insulina na noite anterior, causaram-lhe uma pancreatite aguda fulminante. Como não poderia deixar de ser, o ídolo tornou-se mito por toda eternidade entre fãs dos anos 80, até a nova geração, que conhece a história do rock do Brasil, e logo se identifica com a personalidade de Raul.
O mito de todos os tempos
A obra musical de Raul Seixas tem aumentado continuamente, na medida em que seus discos continuam a ser vendidos, tornando-o um símbolo do rock do país e um dos artistas mais cultuados e queridos entre os fãs nos últimos quarenta anos.
Depois de sua morte, Raul permaneceu entre as paradas de sucesso. Foram produzidos vários álbuns póstumos, como O Baú do Raul (1992), Raul Vivo (1993 - Eldorado), Se o Rádio não Toca... (1994 - Eldorado) e Documento (1998). Inúmeras coletâneas também foram lançadas, como Os Grandes Sucessos de Raul Seixas de (1993), a grande maioria sem novidades, mas algumas com músicas inéditas como As Profecias (com uma versão ao vivo de "Rock das Aranhas") de 1991 e Anarkilópolis (com "Cowboy Fora da Lei Nº2") de 2003. Sua penúltima mulher, Kika, já produziu um livro do cantor (O Baú do Raul), baseado em escritos dos diários de Raul Seixas desde os seis anos de idade até a sua morte. E pelo que tudo indica, a série de homenagens ao cantor não vão terminar tão cedo.
Esse blog tem por objetivo discutir temas e levantar hipóteses sobre a cobertura da morte de ídolos midiáticos. Aqui serão retratados, principalmente, a morte e a criação dos mitos da música, e a comoção criada pela mídia em virtude deste acontecimento público. Além dos posts, são aceitos artigos relacionados ao tema, bem como sugestões de personalidades.
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domingo, 13 de março de 2011
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Have you already found a grave today?
Quanto mais navego pelas profundezas da internet, mais confirmo a máxima de que os famosos mortos tornam-se mitos na sociedade midiatizada. A prova da vez é o site Find a Grave, que disponibiliza fotos e histórias de túmulos das mais famosas personalidades mundiais.
O site nada mais é do que um Google de túmulos de personalidades. Basta você fazer a busca por localidade, época ou nome, e encontrar em menos de um segundo, a ficha completa da personalidade, junto com a foto de sua respectiva sepultura.
Além do histórico, o site torna pública a imagem dos cemitérios e das homenagens feitas aos famosos para todo o mundo, principalmente para as pessoas que não podem visitar a sepultura de seus ídolos pessoalmente. Ainda preciso dizer que a morte é a notícia que mais desperta curiosidade pública?
A internet populariza e torna acessível o ápice da curiosidade humana, pois possibilita o acesso interplanetário a fotos como de ídolos mortos, como faz o polêmico site Assustador, que independente da ética ensinada nas escolas de jornalismo, torna pública, imagens de famosos e anônimos no momento mais trágico de suas vidas. Não há como recriminar ou julgar como conteúdo desrespeitoso, pois a nossa curiosidade humana vai além dos nossos princípios morais.
Já que o papel da mídia é reforçar, vamos à alguns exemplos listados entre os túmulos de famosos já listados nesse blog, com imagens do site Find a Gave:
O túmulo de John Lennon
O túmulo de Michael Jackson
Túmulo de Ronnie James Dio

Túmulo de Peter Steele
O site nada mais é do que um Google de túmulos de personalidades. Basta você fazer a busca por localidade, época ou nome, e encontrar em menos de um segundo, a ficha completa da personalidade, junto com a foto de sua respectiva sepultura.
Além do histórico, o site torna pública a imagem dos cemitérios e das homenagens feitas aos famosos para todo o mundo, principalmente para as pessoas que não podem visitar a sepultura de seus ídolos pessoalmente. Ainda preciso dizer que a morte é a notícia que mais desperta curiosidade pública?
A internet populariza e torna acessível o ápice da curiosidade humana, pois possibilita o acesso interplanetário a fotos como de ídolos mortos, como faz o polêmico site Assustador, que independente da ética ensinada nas escolas de jornalismo, torna pública, imagens de famosos e anônimos no momento mais trágico de suas vidas. Não há como recriminar ou julgar como conteúdo desrespeitoso, pois a nossa curiosidade humana vai além dos nossos princípios morais.
Já que o papel da mídia é reforçar, vamos à alguns exemplos listados entre os túmulos de famosos já listados nesse blog, com imagens do site Find a Gave:
O túmulo de John Lennon
O túmulo de Michael Jackson
Túmulo de Ronnie James Dio

Túmulo de Peter Steele
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
O rock faz a moda e a identidade de seus adeptos
Jeans rasgados, tênis all star, coturnos, camisas de banda, saias xadrez, acessórios pontiagudos, vestidos de renda escura, calças e jaquetas de couro. O rock não é derivado apenas de um estilo musical, mas de uma série de histórias e cenários que acompanharam a evolução da sociedade e a tendência alternativa, proposta por muitos grupos musicais.
Que a música propõe estilos não é novidade. Desde os primórdios do pop e do rock, as estrelas ditavam não apenas um novo estilo de som, mas de comportamento e de moda. As celebridades até hoje são responsáveis por moldar cortes de cabelos, roupas, sapatos e até mesmo o posicionamento de várias pessoas em relação à sociedade.
Alguns autores dizem que os mitos passam a ser símbolos na indústria cultural. Douglas Kellner, autor de “Cultura da Mídia”, as celebridades nada mais são do que uma forma de propagação dos produtos culturais. Para ele, a moda tem a força de criar materiais que constroem identidade porque a cultura das sociedades tradicionais e modernas fazem com que o traje e a aparência indiquem a classe social e o status das pessoas.
Na da década de 1960, com o aparecimento dos Beatles e outros grupos que simbolizavam “rebeldia”, o mundo acompanhou a intensa tentativa de destruir os códigos culturais através de uma nova moda, que criou novas identidades acompanhadas do sexo, drogas e do rock. Naquele tempo, a moda era a “antimoda” que enfeitiçava os jovens pelo fato de sentirem o prazer de se acharem “contra o sistema”.
Esse mesmo autor diz que enquanto a sociedade criava novas modas, a cultura da mídia ia se transformando em uma fonte prazerosa porque colocava à disposição modelos de aparência, comportamento e estilo. Os astros do rock, por exemplo, usavam cabelos longos e se vestiam de modo pouco convencional, influenciando, entre as décadas de 1960 e 1970, as mudanças nos cortes de cabelo, no modo de vestir e no comportamento, ao mesmo tempo em que as atitudes às vezes rebeldes serviam de sanção para a revolta social.
O surgimento de novos grupos como os Rolling Stones impulsionavam a revolta contracultural e a adoção de novos estilos comportamentais. A associação entre o rock, cabelo comprido, rebeldia social e inconformismo em moda continuou por toda a década de 1970 com ondas de heavy metal, punk e new wave.
O Brasil é um bom exemplo de que a cultura da mídia criada e mantida pelos rockers é um mercado que está em constante giro. Diga-se de passagem, as “Galerias do rock” espalhadas pelo país são pontos turísticos para os adeptos do estilo roqueiro.
Abaixo, lista dos ícones do rock que marcaram moda nas últimas décadas:
O cabelo “rodado” de John Lennon
O xadrez de Kurt Cobain
Sid Vicious com o cabelo e acessórios do punk
Robert Smith e o gótico dm o The Cure
Dave Mustaine e as longas madeixas do heavy metal
Elvis e o topete do rock
Que a música propõe estilos não é novidade. Desde os primórdios do pop e do rock, as estrelas ditavam não apenas um novo estilo de som, mas de comportamento e de moda. As celebridades até hoje são responsáveis por moldar cortes de cabelos, roupas, sapatos e até mesmo o posicionamento de várias pessoas em relação à sociedade.
Alguns autores dizem que os mitos passam a ser símbolos na indústria cultural. Douglas Kellner, autor de “Cultura da Mídia”, as celebridades nada mais são do que uma forma de propagação dos produtos culturais. Para ele, a moda tem a força de criar materiais que constroem identidade porque a cultura das sociedades tradicionais e modernas fazem com que o traje e a aparência indiquem a classe social e o status das pessoas.
Na da década de 1960, com o aparecimento dos Beatles e outros grupos que simbolizavam “rebeldia”, o mundo acompanhou a intensa tentativa de destruir os códigos culturais através de uma nova moda, que criou novas identidades acompanhadas do sexo, drogas e do rock. Naquele tempo, a moda era a “antimoda” que enfeitiçava os jovens pelo fato de sentirem o prazer de se acharem “contra o sistema”.
Esse mesmo autor diz que enquanto a sociedade criava novas modas, a cultura da mídia ia se transformando em uma fonte prazerosa porque colocava à disposição modelos de aparência, comportamento e estilo. Os astros do rock, por exemplo, usavam cabelos longos e se vestiam de modo pouco convencional, influenciando, entre as décadas de 1960 e 1970, as mudanças nos cortes de cabelo, no modo de vestir e no comportamento, ao mesmo tempo em que as atitudes às vezes rebeldes serviam de sanção para a revolta social.
O surgimento de novos grupos como os Rolling Stones impulsionavam a revolta contracultural e a adoção de novos estilos comportamentais. A associação entre o rock, cabelo comprido, rebeldia social e inconformismo em moda continuou por toda a década de 1970 com ondas de heavy metal, punk e new wave.
O Brasil é um bom exemplo de que a cultura da mídia criada e mantida pelos rockers é um mercado que está em constante giro. Diga-se de passagem, as “Galerias do rock” espalhadas pelo país são pontos turísticos para os adeptos do estilo roqueiro.
Abaixo, lista dos ícones do rock que marcaram moda nas últimas décadas:
O cabelo “rodado” de John Lennon
O xadrez de Kurt Cobain
Sid Vicious com o cabelo e acessórios do punk
Robert Smith e o gótico dm o The Cure
Dave Mustaine e as longas madeixas do heavy metal
Elvis e o topete do rock
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quinta-feira, 16 de setembro de 2010
A morte vale o preço da fama?
“Morra jovem, permaneça belo”, definiu Kurt Cobain em algum de seus escritos suicidas. O fato do fim significar o recomeço para muitas carreiras musicais já é algo que venho discutindo e estudando há algum tempo. Tudo que morre na hora em que se experimenta grande aprovação pública, se eterniza no tempo. Esse texto é um reforço de tudo que venho tentando provar nos últimos meses. Não é à toa que o nome deste blog é Da morte ao mito.
Mas para ser mito é preciso morrer? Não necessariamente. Ou melhor, ninguém precisa morrer para fazer sucesso. Pelo contrário. É preciso estar bem vivo para deixar um bom repertório e conquistar muitos fãs em sua carreira. Porém, todos aqueles que se tornam ídolos e por alguma fatalidade – ou vontade própria – morrem no auge da fama, eternizam-se no tempo. Pare e repare. Somente estes ganham especiais de televisão, capas de revistas mundiais, documentários, filmes, bibliografias e uma série de homenagens prestadas por fãs e por veículos, que sabem que conquistam um elevado número de vendas com essas publicações. (Veja postagens mais antigas)
Mas muita banda boa ainda está na ativa, você contra argumentaria. Com razão. Temos ótimos exemplos de ícones que se consolidaram no tempo por pura competência musical. Mas você há de convir que muitos desses experimentaram a carreira na temperatura morna nos últimos anos. Obviamente que isso não significa que a banda não saiba mais fazer música. Muitos fatores influenciam, como concorrência, acessibilidade e a própria inclusão digital, que faz de muitos anônimos, fenômenos na internet.
Portanto, sugiro uma simulação da morte de algumas bandas em determinados momentos e as possíveis influências destes músicos nos dias de hoje, caso isso tivesse acontecido. Por favor, não quero matar ninguém, mesmo porque, muitos da lista abaixo são meus ídolos. Quero propor apenas uma possibilidade de retorno midiático ao redor da morte.
E se Axl Rose morresse?
Com certeza centenas de milhares de fãs continuariam a seguí-lo em todas as partes do mundo, mas já pensou se isso acontecesse nas duas últimas décadas? Axl seria imortalizado, dado ao número de influência de suas músicas e do sucesso estrondoso do Guns n` roses.
- Morre Iggy pop. Essa chamada seria suficiente para ser publicada e viralizada na internet em menos de 30 minutos, para todas as partes do mundo. O ícone do rock causaria reboliço planetário devido à sua influência.
- O adeus a Anthony Kiedis. A despedida do vocalista do Red Hot Chili Peppers seria tão comovente quanto assistir ao fim da adolescência de muitas garotas. Uma das personalidades mais influentes dos anos 80, o frontman seria eternamente homenageado.
- Bruce Dickinson morre em queda de avião. Pronto. Depois de Ronnie James Dio, essa ia ser a notícia fatal para a legião metaleira de todo o mundo. Já dá até pra imaginar os documentários mostrando que o músico morrera ao lado da paixão por aeronaves.
E para você, quem seria inadmissível estar nesta lista?
Michael Jackson é a prova mais recente desta influência causada pela tragédia que se torna pública. Apontado como malfeitor por muita gente, o rei do pop morreu e provou o carisma, o perdão e ainda levou o arrependimento de muitos que se revelaram fãs depois de sua morte.
O fato de essas bandas ainda estarem vivas é uma oportunidade imensa para o público ter o privilégio de cantar ao vivo as músicas dos artistas citados acima. Porém, a hora de parar causada por uma fatalidade é uma chance ainda maior de embalsamar álbuns que ajudaram a construir a juventude de muitas pessoas, a partir da proporção de sucesso alavancada pela mídia de massa.
Mas para ser mito é preciso morrer? Não necessariamente. Ou melhor, ninguém precisa morrer para fazer sucesso. Pelo contrário. É preciso estar bem vivo para deixar um bom repertório e conquistar muitos fãs em sua carreira. Porém, todos aqueles que se tornam ídolos e por alguma fatalidade – ou vontade própria – morrem no auge da fama, eternizam-se no tempo. Pare e repare. Somente estes ganham especiais de televisão, capas de revistas mundiais, documentários, filmes, bibliografias e uma série de homenagens prestadas por fãs e por veículos, que sabem que conquistam um elevado número de vendas com essas publicações. (Veja postagens mais antigas)
Mas muita banda boa ainda está na ativa, você contra argumentaria. Com razão. Temos ótimos exemplos de ícones que se consolidaram no tempo por pura competência musical. Mas você há de convir que muitos desses experimentaram a carreira na temperatura morna nos últimos anos. Obviamente que isso não significa que a banda não saiba mais fazer música. Muitos fatores influenciam, como concorrência, acessibilidade e a própria inclusão digital, que faz de muitos anônimos, fenômenos na internet.
Portanto, sugiro uma simulação da morte de algumas bandas em determinados momentos e as possíveis influências destes músicos nos dias de hoje, caso isso tivesse acontecido. Por favor, não quero matar ninguém, mesmo porque, muitos da lista abaixo são meus ídolos. Quero propor apenas uma possibilidade de retorno midiático ao redor da morte.
E se Axl Rose morresse?
Com certeza centenas de milhares de fãs continuariam a seguí-lo em todas as partes do mundo, mas já pensou se isso acontecesse nas duas últimas décadas? Axl seria imortalizado, dado ao número de influência de suas músicas e do sucesso estrondoso do Guns n` roses.
- Morre Iggy pop. Essa chamada seria suficiente para ser publicada e viralizada na internet em menos de 30 minutos, para todas as partes do mundo. O ícone do rock causaria reboliço planetário devido à sua influência.
- O adeus a Anthony Kiedis. A despedida do vocalista do Red Hot Chili Peppers seria tão comovente quanto assistir ao fim da adolescência de muitas garotas. Uma das personalidades mais influentes dos anos 80, o frontman seria eternamente homenageado.
- Bruce Dickinson morre em queda de avião. Pronto. Depois de Ronnie James Dio, essa ia ser a notícia fatal para a legião metaleira de todo o mundo. Já dá até pra imaginar os documentários mostrando que o músico morrera ao lado da paixão por aeronaves.
E para você, quem seria inadmissível estar nesta lista?
Michael Jackson é a prova mais recente desta influência causada pela tragédia que se torna pública. Apontado como malfeitor por muita gente, o rei do pop morreu e provou o carisma, o perdão e ainda levou o arrependimento de muitos que se revelaram fãs depois de sua morte.
O fato de essas bandas ainda estarem vivas é uma oportunidade imensa para o público ter o privilégio de cantar ao vivo as músicas dos artistas citados acima. Porém, a hora de parar causada por uma fatalidade é uma chance ainda maior de embalsamar álbuns que ajudaram a construir a juventude de muitas pessoas, a partir da proporção de sucesso alavancada pela mídia de massa.
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terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Michael Jackson: a prova do mito em 2009
Aproveitando a onda de retrospectiva 2009, não tem como deixar de mencionar o grande ícone do pop, que até antes de morrer, nada mais era do que um pedófilo maluco criado pela mídia. Sim, Michael Jackson morreu aos 50 anos e apesar dos escândalos que foi envolvido na última década, não deixou de provar que a mídia sustenta-se num ciclo paradoxal.
Do dia para a noite (literalmente), o esquisito e abusador de criancinhas transformou-se no rei do pop, inocente por sua ingenuidade infantil. De uma forma assustadora, porém já esperada, Michael Jackson tornou-se ídolo inesquecível para pessoas de várias gerações. Em menos de duas horas do anúncio de sua morte, as redes sociais estavam congestionadas em toda a web. Suas músicas e videoclipes alcançaram marca histórica de downloads. Isso sem contar o espetáculo do funeral, com direito a ingresso, programação de shows, de emoções e de horários, com direito a transmissão mundial pela televisão.
Até onde eu me lembre, Michael Jackson foi o primeiro grande mito a experimentar todas as formas de especulação midiática da contemporaneidade cibernética, extrapolando acessos em todos os meios e aparatos tecnológicos possíveis. E até onde eu considero, ele foi um dos últimos ícones a se tornar de fato um mito.
O cinema, é claro, não poderia ficar fora dessa. Depois de abocanhar os lucros dos ingressos da turnê “This is it” – que não aconteceu, e principalmente pelal manifestação dos fãs em não exigirem o dinheiro de volta, o filme que carrega o nome da turnê foi lançado em exibição limitada nas telonas, e obviamente, já se encontra disponível para download na rede dos "piratas".
O filme nada mais é do que um aperitivo do que seria o show, e uma provocação aos que tinham pagado ingresso, no sentido: "olha só o que vocês perderam". Esse foi o primeiro da lista de longas que vem por aí.
Mais posts sobre o mais recente mito ainda aparecerão por aqui. Por enquanto, uma pequena amostra do espetáculo, quer dizer, funeral (que todo O mundo já deve ter visto).
O filme nada mais é do que um aperitivo do que seria o show, e uma provocação aos que tinham pagado ingresso, no sentido: "olha só o que vocês perderam". Esse foi o primeiro da lista de longas que vem por aí.
Mais posts sobre o mais recente mito ainda aparecerão por aqui. Por enquanto, uma pequena amostra do espetáculo, quer dizer, funeral (que todo O mundo já deve ter visto).
domingo, 3 de janeiro de 2010
O ícone número 1: Kurt Cobain e o reino mítico que perdura anos
Conforme já mencionado, Kurt Cobain foi o percussor de discussões sobre o tema. Além do interesse pessoal pela carreira do músico, a quantidade de materiais que saem anualmente em memória à morte de Cobain me chamaram atenção. Mesmo 15 anos após seu falecimento, os veículos midiáticos insistem em trazer materiais "inéditos" sobre sua vida pública e privada.
Entendendo mais do assunto
Nos anos de 1990, o mundo acompanhou um fenômeno musical. O movimento grunge, como foi denominado a mistura dos ritmos hardcore, heavy metal e rock alternativo, foi um marco para as bandas que nasciam nas cidades do noroeste dos Estados Unidos, como Seattle, Olympia, e Portland. Além do ritmo “barulhento”, o tema das músicas estava relacionado com letras cheias de angústia e sarcasmo, reforçando assuntos como a alienação social, apatia, confinamento e desejo pela liberdade. Para conquistar os fãs, os músicos grunges mostravam um desencantamento geral com o estado da sociedade, assim como um desconforto ao serem prejudicados socialmente. Para fazer parte do movimento grunge, os jovens tinham que se identificar com alguns atributos dos músicos percussores do estilo, como ironia, sarcasmo, auto-humor, crítica social, revolta, desespero, sentimento de inferioridade e referências ao uso de drogas.
A indústria cinematográfica é uma das grandes responsáveis por sustentar o tabu do mistério da morte de Kurt Cobain. No filme Last Days (E.U.A, 2005), o diretor Gus Van Sant tenta entrar na vida do músico, e toma a liberdade de interpretar os dias angustiantes que Cobain levava antes de morrer, o que sugere que ele tenha realmente se suicidado. A mesma tentativa é feita em About a Son (2006). O filme-documentário é dirigido por AJ Schnack e é narrado pelo próprio Kurt Cobain, dias antes de morrer, em uma entrevista cedida ao jornalista musical Michael Azerrad. O filme é sustentando por imagens que marcaram a vida de Cobain, enquanto ele próprio “recapitula” os momentos mais marcantes em que viveu. Usar as sonoras de Cobain foi a tentativa mais próxima do real que o cinema já conseguiu especular sobre a misteriosa morte do músico. Em contrapartida, o documentário Kurt & Courtney (1998), inspirado no livro Who Killed Kurt Cobain? (2002) escrito pelo pai de Courtney Love, levanta suspeitas sobre o suicídio do líder do Nirvana. A partir de depoimentos de amigos do casal é possível identificar as conspirações que reforçam as suposições de que Courtney Love teria motivos para assassinar o marido.
Entendendo mais do assunto
Nos anos de 1990, o mundo acompanhou um fenômeno musical. O movimento grunge, como foi denominado a mistura dos ritmos hardcore, heavy metal e rock alternativo, foi um marco para as bandas que nasciam nas cidades do noroeste dos Estados Unidos, como Seattle, Olympia, e Portland. Além do ritmo “barulhento”, o tema das músicas estava relacionado com letras cheias de angústia e sarcasmo, reforçando assuntos como a alienação social, apatia, confinamento e desejo pela liberdade. Para conquistar os fãs, os músicos grunges mostravam um desencantamento geral com o estado da sociedade, assim como um desconforto ao serem prejudicados socialmente. Para fazer parte do movimento grunge, os jovens tinham que se identificar com alguns atributos dos músicos percussores do estilo, como ironia, sarcasmo, auto-humor, crítica social, revolta, desespero, sentimento de inferioridade e referências ao uso de drogas.
O Nirvana (1986-1994) foi uma das bandas responsáveis pela divulgação comercial do grunge mundialmente. Liderada pelo depressivo e agressivo Kurt Cobain (1967-1994), a banda conseguiu emplacar a marca do movimento da Geração X - como também é denominado o nascimento do grunge, incentivando o nascimento de outros grupos do estilo. Com o lançamento do álbum Nervermind (1991), rapidamente jovens de todos os países já sabiam cantar de cor hits do Nirvana, como “Smells Like Teen Spirit”, “Come as you are”, “Polly”, dentre outros. Mais do que um músico que quebrava guitarras no palco, despenteado e de voz rouca, Kurt Cobain conseguiu ser porta voz da geração jovem do início da década de 1990, que passou a admirar a sua angústia, sarcasmo e o uso abusivo de drogas, como forma de rebeldia, protesto e atitude.
Mesmo quinze anos após a divulgação da morte do ícone Kurt Cobain, os veículos de comunicação preocupam-se em tentar trazer respostas para a morte do líder do Nirvana. Várias especulações sobre o caso ainda são feitas. Apesar de todas as evidências já terem sido divulgadas junto aos laudos policiais, os veículos ainda ganham ibope, a partir de publicações de “novidades” sobre o caso, na tentativa de abrir o baú de idéias que circundavam a cabeça do músico antes de morrer.
Bastou Kurt Cobain morrer, para que de uma maneira massiva e veloz, a indústria midiática se movimentasse em prol de respostas para o acontecimento em questão. No momento da morte, a carreira e o sucesso do Nirvana não mais importavam. O que veio à tona no primeiro momento foi o fato da morte do ser intocável, o ser perfeito e ícone do rock, Kurt Cobain. “O que será do mundo sem ele?” Essa foi a questão que pautou os principais veículos, que tentam explicar até hoje, toda a vida privada do músico para apresentar uma resposta aos fãs.
A indústria cinematográfica é uma das grandes responsáveis por sustentar o tabu do mistério da morte de Kurt Cobain. No filme Last Days (E.U.A, 2005), o diretor Gus Van Sant tenta entrar na vida do músico, e toma a liberdade de interpretar os dias angustiantes que Cobain levava antes de morrer, o que sugere que ele tenha realmente se suicidado. A mesma tentativa é feita em About a Son (2006). O filme-documentário é dirigido por AJ Schnack e é narrado pelo próprio Kurt Cobain, dias antes de morrer, em uma entrevista cedida ao jornalista musical Michael Azerrad. O filme é sustentando por imagens que marcaram a vida de Cobain, enquanto ele próprio “recapitula” os momentos mais marcantes em que viveu. Usar as sonoras de Cobain foi a tentativa mais próxima do real que o cinema já conseguiu especular sobre a misteriosa morte do músico. Em contrapartida, o documentário Kurt & Courtney (1998), inspirado no livro Who Killed Kurt Cobain? (2002) escrito pelo pai de Courtney Love, levanta suspeitas sobre o suicídio do líder do Nirvana. A partir de depoimentos de amigos do casal é possível identificar as conspirações que reforçam as suposições de que Courtney Love teria motivos para assassinar o marido.
Além do cinema, vários livros já foram lançados sobre a carreira e a vida pessoal de Kurt Cobain. Charles Cross escreveu Heavier than heaven (2001), que é considerada pelos críticos musicais, a mais completa biografia de Cobain, lançada até hoje. Depois de entrevistar familiares, amigos, ex-companheiros de bandas e produtores musicais que viveram ao lado de Kurt Cobain, o autor conclui que a tentativa de suicídio do músico era uma forte tendência, sustentada desde a sua infância. O mais recente, Journals (E.U.A, 2007) é um lançamento da editora Riverhead Books, e nada mais é do que os diários de Cobain digitalizados e transformado em livro. Nele , estão descritos os sentimentos, rascunhos de música, desenhos e sonhos de Cobain.
Com tantas edições lançadas anualmente sobre o líder do Nirvana, torna-se impossível listar todas as produções de especiais que foram feitos na televisão, no rádio, na internet, nos periódicos ou nas revistas. A morte de Cobain, assim como de várias outras personalidades, chocou a imprensa e ainda não se sabe quando deixará de ser novidade.
Não bastassem as edições anuais que a revista Rolling Stone traz com especiais sobre o líder da geração grunge de 1990, tradutores brasileiros lançaram recentemente Cobain – Dos editores da Rolling Stone. O material é uma compilação dos arquivos da revista, a partir do momento que o nome do grupo passou a figurar na publicação.Trata-se do terceiro livro sobre Cobain e sua banda, a ter edição nacional – sem contar um livro produzido no país-, material muito superior ao de grupos com uma trajetória mais extensa. Essa é uma prova de que a Rolling Stone sustenta cada vez mais a imagem do mito Kurt Cobain. O que se percebe é que, a partir da morte do ídolo, a comercialização de materiais inéditos sobre a vida da personalidade midiática tende aguçar cada vez mais olhares curiosos de uma mídia reveladora de uma memória coletiva.
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