quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A morte vale o preço da fama?

“Morra jovem, permaneça belo”, definiu Kurt Cobain em algum de seus escritos suicidas. O fato do fim significar o recomeço para muitas carreiras musicais já é algo que venho discutindo e estudando há algum tempo. Tudo que morre na hora em que se experimenta grande aprovação pública, se eterniza no tempo. Esse texto é um reforço de tudo que venho tentando provar nos últimos meses. Não é à toa que o nome deste blog é Da morte ao mito.

Mas para ser mito é preciso morrer? Não necessariamente. Ou melhor, ninguém precisa morrer para fazer sucesso. Pelo contrário. É preciso estar bem vivo para deixar um bom repertório e conquistar muitos fãs em sua carreira. Porém, todos aqueles que se tornam ídolos e por alguma fatalidade – ou vontade própria – morrem no auge da fama, eternizam-se no tempo. Pare e repare. Somente estes ganham especiais de televisão, capas de revistas mundiais, documentários, filmes, bibliografias e uma série de homenagens prestadas por fãs e por veículos, que sabem que conquistam um elevado número de vendas com essas publicações. (Veja postagens mais antigas)

Mas muita banda boa ainda está na ativa, você contra argumentaria. Com razão. Temos ótimos exemplos de ícones que se consolidaram no tempo por pura competência musical. Mas você há de convir que muitos desses experimentaram a carreira na temperatura morna nos últimos anos. Obviamente que isso não significa que a banda não saiba mais fazer música. Muitos fatores influenciam, como concorrência, acessibilidade e a própria inclusão digital, que faz de muitos anônimos, fenômenos na internet.

Portanto, sugiro uma simulação da morte de algumas bandas em determinados momentos e as possíveis influências destes músicos nos dias de hoje, caso isso tivesse acontecido. Por favor, não quero matar ninguém, mesmo porque, muitos da lista abaixo são meus ídolos. Quero propor apenas uma possibilidade de retorno midiático ao redor da morte.

E se Axl Rose morresse?
Com certeza centenas de milhares de fãs continuariam a seguí-lo em todas as partes do mundo, mas já pensou se isso acontecesse nas duas últimas décadas? Axl seria imortalizado, dado ao número de influência de suas músicas e do sucesso estrondoso do Guns n` roses.

- Morre Iggy pop. Essa chamada seria suficiente para ser publicada e viralizada na internet em menos de 30 minutos, para todas as partes do mundo. O ícone do rock causaria reboliço planetário devido à sua influência.

- O adeus a Anthony Kiedis. A despedida do vocalista do Red Hot Chili Peppers seria tão comovente quanto assistir ao fim da adolescência de muitas garotas. Uma das personalidades mais influentes dos anos 80, o frontman seria eternamente homenageado.

- Bruce Dickinson morre em queda de avião. Pronto. Depois de Ronnie James Dio, essa ia ser a notícia fatal para a legião metaleira de todo o mundo. Já dá até pra imaginar os documentários mostrando que o músico morrera ao lado da paixão por aeronaves.

E para você, quem seria inadmissível estar nesta lista?

Michael Jackson é a prova mais recente desta influência causada pela tragédia que se torna pública. Apontado como malfeitor por muita gente, o rei do pop morreu e provou o carisma, o perdão e ainda levou o arrependimento de muitos que se revelaram fãs depois de sua morte.

O fato de essas bandas ainda estarem vivas é uma oportunidade imensa para o público ter o privilégio de cantar ao vivo as músicas dos artistas citados acima. Porém, a hora de parar causada por uma fatalidade é uma chance ainda maior de embalsamar álbuns que ajudaram a construir a juventude de muitas pessoas, a partir da proporção de sucesso alavancada pela mídia de massa.

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