domingo, 26 de junho de 2011

Da Morte ao Mito recomenda: O livro dos Mortos do Rock

Próximo de completar minhas 24 primaveras fui presenteada com um livro que tem tudo a ver com o Da Morte ao Mito: o “Livro dos Mortos do Rock”, de autoria de David Comfort.   É a primeira obra a comparar em profundidade as vidas conturbadas e as mortes trágicas dos sete maiores ícones do rock ‘n’ roll: Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morisson, Elvis Presley, John Lennon, Kurt Cobain e Jerry Garcia.

O autor apresenta fatos reveladores e surpreendentes sob um ponto de vista inédito, analisando as ambições e lutas que estes artistas tinham em comum. Carismáticos e talentosos, mas isolados e cheios de conflitos, eles não foram exatamente os ídolos que pensávamos conhecer. Para além de sua genialidade, este livro revela o lado humano e dramático destas sete lendas do rock. Uma jornada frenética ao outro lado da fama. Uma viagem às fantásticas histórias de inquietação e excessos que culminaram em suas mortes prematuras e os elevaram à condição de Imortais.
Ficou com vontade? Dá uma olhada em um pedaço da introdução do livro:
Um motorista de caminhão, uma garçonete de boliche, um zelador, um paraquedista, um poeta sem teto, um professor de guitarra hippie, um estudante de arte sem dinheiro: todos tiveram origens modestas. Mas os “Sete Imortais” ou os “Sete” estavam destinados a se tornar os pioneiros do rock moderno – ícones culturais, apóstolos do Vaticano do pop e muito mais.

“Somos mais famosos do que Jesus Cristo”, disse um deles sobre seu grupo, declarando depois que ele próprio era Jesus Cristo – afirmações que posteriormente resultaram em seu assassinato.
“Jesus não deveria ter morrido tão novo”, disse outro, “pois teria sido mais bem-sucedido se tivesse durado mais.”

Quatro morreram aos 27 anos de idade. A maioria teve premonições sobre morrer jovem. “Estarei morto em dois anos”, declarou um deles, sabendo muito bem o que estava dizendo aos 25 anos. “Não tenho certeza se chegarei aos 28″, disse um segundo membro do Clube dos 27. “Nunca vou chegar aos 30″, previu um terceiro.

A morte assombrou a vida da maioria deles desde a infância. A mãe de dois deles faleceu em acidente de automóvel. A mãe de outros dois bebia até cair. Aos 5 anos de idade, um deles viu o pai se afogar. Outro astro insistia em dizer que possuía os “genes do suicídio” porque os membros de sua família haviam tirado a própria vida.

Cada um possuía uma atração fatal. “Vou ser um músico famoso, me matar e me apagar em uma chama de glória!”, exclamou um. Ele deu ao seu grupo o nome de Nirvana, definindo o termo como “a paz absoluta da morte.” Outra estrela, estudante do Livro tibetano dos mortos como muitos dos outros, deu à sua banda o nome Grateful Dead. Outro nomeou seu grupo The Doors, uma porta para o outro mundo, além de descrever sua música como um “convite às forças do mal.” Outra lenda viva, obcecada pelo fantasma do “carma instantâneo”, disse que faria o seguinte quando finalmente encontrasse o mensageiro da Morte: “Irei agarrá-lo pelas bochechas e lhe darei um beijo molhado na boca mofada, porque só há uma forma de partir – encarando o vento e rindo pra caralho!.” Outros demonstravam uma curiosidade irresistível sobre a vida além da morte, como observou o meio-irmão do próprio Rei do Rock: “Era como um devaneio para saber até onde ele poderia chegar – era quase como se ele procurasse a morte -, apenas para ver o que havia do outro lado e depois voltar.”

Embora cada um dos Sete tenha alcançado o auge da fama durante uma breve vida, só foram santificados como imortais após sua autodestruição. O namoro de cada um deles com a morte adquiriu vida própria até assumir proporções mitológicas, tornando-se um tipo de calvário para sua legião de fãs.

“Talvez meu público aprecie mais a minha música se achar que estou me destruindo”, disse a estrela que teve diversas overdoses antes da injeção que finalmente a matou em um quarto de hotel em Los Angeles. Nos dias que se seguiriam, ela deveria gravar a versão final dos vocais de Buried Alive in the Blues para o maior álbum de sua carreira.

“É engraçada a forma como a maioria das pessoas admira a morte”, meditou outro imortal. “[...] você tem de morrer para acharem que você vale alguma coisa.” Todos os Sete, exceto um, tentaram suicídio ou ameaçaram cometê-lo. Todos os Sete tornaram-se viciados. A maioria morreu por excesso de drogas. Se um deles não tivesse morrido baleado, poderia muito bem ter tido o mesmo fim.

“Bicho, estou chapado o tempo todo!”, declarou o poeta que, como a maioria dos outros, foi alertado por seus médicos para que largasse as drogas ou morreria. Antes de sua impressionante estreia no clube Whisky a Go Go em Los Angeles, ele tomou uma dose de lsd dez vezes mais forte do que a normal. Ele adorava citar William Blake: “A estrada dos excessos leva ao palácio da sabedoria.” Seu palácio da sabedoria veio a ser seu mausoléu pichado no cemitério Père Lachaise, em Paris, ao lado dos túmulos de Oscar Wilde, Chopin e Balzac.

Em meio a esse cenário, o grito de liberdade foi dado por uma nova voz política, cultural e artística: a das estrelas do rock. Pioneiros em uma forma de arte criada por jovens para os jovens, os astros cantavam sobre a revolução e o amor. Sua música expressava todo o idealismo, inocência e energia sem limites da juventude, mas, ao mesmo tempo, falava de sua alienação, confusão, seu medo e violência. Nesse sentido, foi o prenúncio das mesmas lutas que nos cercam atualmente.


Estou aprofundando a leitura e podem ter certeza que dividirei com vocês meus comentários sobre a narrativa.

A próxima obra vocês já sabem né? E se o Da Morte ao Mito virasse um livro?



O Livro dos Mortos do Rock

Autor: David Comfort
Editora: Aleph
Páginas: 408
Quanto: R$ 55,00
Onde comprar: Pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Livraria da Folha

domingo, 19 de junho de 2011

Qual oferta você gostaria de ver no rock?

Nessa onda desenfreada dos sites de compras coletivas na internet, ainda não encontei nenhum site que vendesse artigos de rock em geral, tal como cds, dvds, ingressos, camisas, bonecos, dentre outros, a preços competivos no mercado. A propósito, pouco se vende na web para adeptos do estilo. Muitas empresas são de determinadas cidades e não fazem entregas nacionais e outras, vamos combinar, cobram muito caro por uma simples camiseta.

O que acontece é que alguns festivais monopolizam a venda desses artigos e tenta criar energizadores de suas marca. Os ingressos no Brasil ainda são muito caros e os organizadores de shows aproveitam quando trazem gringos para explorar do fã brasileiro. Por que não incentivar a música nacional e os novos talentos com o peso da mesma publicidade que vende produtos de estética?
 Foto: Mineiros da banda The Hell's Kitchen Project

E você, qual oferta gostaria de ver por aí?

- Rock in Rio com até 80% de desconto. Quem demonstrasse ser fã das atrações de determinado dia do evento, levaria o ingresso bem mais barato. Merecido, não?

- Músicos do Brasil que já tiverem lançado algum álbum pagariam metade do preço em eventos correpondentes ao seu estilo de música. Afinal, apreciar a arte do outro incentiva o nosso desenvolvimento musical.

- Camisetas em troca de discos. Quer comprar camisetas da sua banda favorita com 90% de desconto? Indique-nos uma banda brasileira de talento e leve o prêmio!

Falta caráter criativo e educativo nas ofertas. Por que simplesmente lucrar financeiramente se é possível fazer a diferença na cultura musical desse país?

O que eu ouso afirmar é que há falta de marketeiros no mundo do rock. Ainda acham que essse público não consome o suficiente para sustentar por muito tempo um e-commerce. Na verdade, acredito que esses investidores deveriam ir à um show de rock ou heavy metal pelos menos uma vez na vida, para ver a busca enlouqeucida por ingressos. O que falta para isso acontecer? Será que no planeta do marketing rock só é é lucrativo depois de virar mito? #ficaadúvida.

domingo, 12 de junho de 2011

Apropriação de problemas públicos em videoclipes

Assistindo ao novo clipe do Foo Fighters, onde o cantor/compositor/baterista e ator (porque não?) Dave Grohl encarna um dia de fúria, percebi que tratar de temas cotidianos tem aproximado cada vez mais, os artistas do público.



No video, Dave vive situações cotidianos, como stress no trânsito, assalto em praças públicas e intolerância perante à sociedade.

Obviamente essa não é uma novidade lançada pelo Foo Fighters, que a propósito, já fez outros videoclipes com a mesma temática. Em terras brasileiras, a banda O Rappa é líder em produzir músicas e vídeos com questões sociopolíticas como forma de protesto e demonstração da realidade.

Mesmo ainda não sendo uma questão em alta na discussão midiática, o Pearl Jam aborda o bullying no clipe de Jeremy. O personagem se matou com uma arma de fogo na frente de seus colegas e da professora na sala de aula na Richardson High School (Richardson, Texas). Jeremy era apontado como um ótimo garoto, mas muito solitário. Sofreu bullying por muito tempo.



Quem não se lembra do engraçadíssimo clipe feito pelo Blink 182 para criticar All those Smalls Things, defendidas por cantores e sustentada por escolas norte americanas?



Enfim, dentre tantos outros, podemos destacar os videoclipes como mais uma mídia que é retrato da realidade, com a diferença de que estão dispostos a fazer críticas, sem maquiar as produções. O resultado? A audiência incontável, que encontra na música, apoio para sua indignação.

Fazem bem esses músicos atores!

domingo, 5 de junho de 2011

Sex Pistols e a moda da "anti moda"

Para um artista surgir em 1975 esbanjando anarquia e um estilo totalmente rebelde e despojado, teria que ter no mínimo, muita coragem. De duas uma: ou seriam excomungados pela sociedade padronizada culturalmente pelos padrões religiosos ocidentais ou seria um sucesso absoluto. Por sorte aliada à competência musical, o Sex Pistols foi uma a primeira banda a apresentar o punk ao mundo, embora não tenha sido a primeira a existir.

Sabe aquela ideia de nascer na hora certa e no lugar certo? Pois é, com os Pistols foi mais ou menos assim. A epidemia punk-rock alastrada em 1977 surgiu com o interesse da sociedade em massacrar a mesmice dos rockstars da época. Londres tornou-se então, a fábrica de fazer "rebeldes".

Sid Vicious
O baixista da banda Sex Pistols ficou conhecido pela sua vida desregrada e pelo intenso envolvimento com drogas. A banda teve uma carreira breve: apareceu pela primeira vez em 1975 e três anos depois o líder da banda, Johnny Rotten, declarou o fim do grupo e fez declarações pesadas sobre Sid. Porém, é inegável dizer o impacto que Sid causou na sociedade, pela sua maneira de vestir e de comportar. Estilo esse, que mais tarde serviria de influência para as passarelas.

Sid chamou a atenção pelo seu cabelo verde e estilo estranho. Sid substituiu David Bowie pelo punk, que cada vez mais crescia, e, no primeiro festival punk, o 100 Club, em Oxford Street, apareceu como baterista da banda Siouxsie & The Banshees. O festival contava com outras bandas, tais como: Subway Seet, The Clash e os próprios Sex Pistols. Mesmo nunca tendo tocado bateria, Sid impressionou com sua performance que durou pouco pois a banda foi criada apenas para o evento. Após a bateria, Sid se arriscou como vocalista da banda The Flowers of Romance, que também durou pouco.

Embora tenha sido por pouco tempo, Sid Vicious conseguiu marcar para sempre a história da música, do rock e da moda. Por isso muitas vezes prefiro acreditar que o certo vem do errado. A anti moda comportamental de Sid fez com que os Sex Pistols fosse uma das maiores bandas punk, construindo história pela identidade musical, novos padrões sociais e claro, implementando a moda punk.