domingo, 24 de abril de 2011

O que o rock tem a ver com a morte?

Taí uma boa pergunta. É normal rotular bandas de rock ou "roqueiros" como apreciadores da morte. É fato que muitas bandas carregam de fato, essa alusão pelo tema, através de suas letras depressivas, que falam sobre o desejo pelo fim da vida.

Mas a discussão em questão vai muito além disso. Quero abordar aqui o pré-conceito que antecede a explicação dessa questão. Por que as pessoas pensam assim?


A cor preta: na cultura popular, é uma cor muito ligada à vestimenta do Rock'n Roll e alguns de seus sub-gêneros, como o Heavy Metal e a tribo urbana dos góticos. Na cultura ocidental a cor negra está associada a morte, trevas, mal e outras conotações negativas. Mas a sua relação com a morte não acontece em algumas culturas orientais onde a cor do luto não é o preto, mas sim o branco.


A pré imagem do rock ao satanismo. O rock é de fato um dos mais típicos frutos sa era satânica (representado por algumas bandas). Não é a toa que ele surgiu justamente na mesma década em que LaVey lançava as bases do Satanismo moderno. Tanto os livros de LaVey e Crowley quanto as músicas de Little Richard e Rolling Stones são conseqüências de um mesmo momento histórico que exigia a morte de antigos valores e a manifestação de uma nova forma de se ver o mundo. E falar de satanismo é igual a lembrar de morte.


Caveiras: um dos acessórios mais usados pelas tribos urbanas. Caveira é o que mesmo? Ossos de um morto.


Protesto contra a vida:  O rock surgiu como a música como protesto para a sociedade dos anos 60. Ele nasceu como evolução da liberdade contra os métodos tradicionais de existência em sociedade. A figura do rock, surge então, como "morte ao padrão de vida tradicional".

Drogas, álcool e violência: Não há como negar que a imagem do rock ficou durante anos, taxada como consumo exarcebado de álcool e drogas, consequentemente levando a ideia de morte, aumento do número de suicídios e violência. Ainda bem que essa imagem já mudou  bastante de figura, mas sem querer, os rótulos de morte ainda nascem muito baseados nesse pressuposto.

E você, o que pensa disso?

domingo, 17 de abril de 2011

Alice in Chains e o legado doentio de Layne Staley

Formado em 1987 em Seattle, o Alice in Chains foi uma das bandas mais bem sucedidas comercialmente da década de 1990, tendo vendido aproximadamente 15 milhões de álbuns ao redor do mundo,além de ter dois álbuns na primeira posição da Billboard 200 (Jar of Flies e Alice in Chains), 11 singles nas dez primeiras posições na parada Mainstream Rock Tracks e seis indicações ao Prêmio Grammy.

Apesar de vastamente associada ao grunge, o som da banda incorpora elementos do heavy metal, glam rock, hard rock e de música acústica. A banda alcançou fama internacional como parte do movimento grunge do início dos anos 90, ao lado de bandas como Nirvana, Soundgarden e Pearl Jam. O fundador do Alice in Chains, Layne Staley, é um dos destaques do legado de uma história que fez toda a diferença para o rock.

Conhecido por sua voz extremamente marcante, Layne também era dono de uma presença de palco raramente vista. Porém, com o tempo, passou a possuir um vício que ele mesmo repudiava, a heroína.

Esse nojo que tinha por si mesmo era mostrado em diversas canções da banda, como "Sickman", "Dirt", "Angry Chair", "Grind" e muitas outras em que ele se diz "sujo", "morto por dentro" e afirmava ter tomado um caminho sem volta. Apesar de tentar se livrar do vício, nunca conseguiu devido a dependência ser forte demais e pela influência de seu pai, que se drogava e o incentivava ao mesmo. Desde o disco MTV: Unplugged, sua fraqueza em saúde era visível e Layne começou a se fechar em seu condomínio, evitando que as pessoas o vissem naquele estado.

A banda parou de fazer turnês e começaram a ser lançadas coletâneas do tipo The Best Of e álbuns que não traziam muitas novidades. A dependência de Layne se intensifica e devido a sua reclusão, surgem diversos rumores de suicídio. Após diversos rumores de suicídio desmentidos, Layne estava fraco e caiu em depressão profunda após a morte de sua namorada Demri Parrot, vítima de endocardite bacteriana,doença causada pelo uso de drogas. Após isso, seus problemas com as drogas só pioraram e Layne acabou sendo encontrado sem vida em seu condomínio vítima de uma overdose letal de heroína combinada com cocaína (droga conhecida como "speedball") no dia 20 de Abril de 2002, seu corpo já entrando em estado de decomposição. O dia da sua morte foi dado como 5 de abril pela perícia, coincidentemente o mesmo dia da morte de Kurt Cobain, outro ídolo da música grunge. Ao lado de seu corpo foram encontrados diversos tipos de drogas e até mesmo pertences pessoais.

Além de suas músicas, Layne foi um dos personagens que a partir dos anos de 1990 tornou-se um mito da história da música, e talvez o responsável por ainda manter a imagem do Alice in Chains viva. A banda, que ainda é atuante no mundo da música, vive a imagem da eterna homenagem ao frontman, tirado da carreira musical tão rapidamente. 


Alice in Chains hoje
Mesmo nunca oficialmente debandado, a banda foi contaminada por extensa inatividade devido aos problemas de Layne Staley com drogas, culminando em sua morte em 2002. O Alice in Chains se reuniu novamente em 2005 e em 2009 terminaram a gravação de seu primeiro álbum de estúdio em quatorze anos com o novo vocalista, William DuVall. O álbum, intitulado Black Gives Way to Blue, foi lançado em setembro de 2009 pela Virgin/EMI.
 
E a boa notícia para os fãs do Brasil é que há grande possibilidade de um show do Alice in Chains no segundo semestre desse ano.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Qual música é a cara do cinema?

O gosto pelo rock está diretamente ligado à pelo menos, a simpatia pelas telonas. Nem que seja para assistir a um documentário de uma banda favorita, uma biografia em vídeo, um show etc. É fato que essas artes estão intimimamente ligadas, livres do simples factual dado pelo meios de comunicação de massa.

Antes do cinema ter som, em muitas sessões de filmes mudos já havia a figura do pianista que tocava ao vivo durante a projeção, criando uma trilha sonora no momento. O som surgiu no filme O Cantor de Jazz (The jazz singer, de 1927) e veio acompanhado das primeiras notas musicais a preencherem as salas de projeção. Desde então, a música passou a ser parte essencial de um filme, somente descartada em algumas estéticas específicas, como o movimento Dogma 95. A relação do cinema com a música ficou ainda mais forte com os musicais de Hollywood entre os anos 30 e 50. A música era parte do enredo e ajudava a contar a história, com os atores cantando e dançando.

A partir de então, não pararam de sair filmes com trilhas sonoras de rock. Não somente documentários ou shows, mas a música pesada já foi trilha pra muito longa. Isso sem contar a quantidade incontável de filmes que falam sobre a própria história do rock.

Pra mim, um dos clipes que mais retrata essa harmonia entre o rock e o cinema é o vídeo de "Tonight, tonight" do Smashing Pumpkins.



O clipe foi filmado no estilo de um filme mudo, usando o estilo do teatro com fundo primitivo e efeitos especiais. No início das gravações, o diretor Dayton teve problemas para localizar trajes, designers, figurinistas e cenários, porque na mesma época estava sendo filmado o longa Titanic (1997). Tonight, Tonight foi gravado em três dias.

O vídeo estreou em maio de 1996. As imagens do filme se intercalam com as imagens da banda. Trata-se de uma recriação do filmete de A Trip to the moon com todos os elementos originais, inclusive os efeitos especiais de explosões e perseguições, a perspectiva teatral, a colorização primitiva que tornava cada quadro uma pintura, a lua com rosto humano etc; reproduzidos através da moderna tecnologia de vídeo.

O videoclipe recebeu críticas bastante positivas, além de vários prêmios. Somente no MTV Video Music Awards em 1996, a banda levou as seguintes premiações: melhor vídeo, melhor direção, melhor efeito especial, melhor direção de arte e melhor fotografia.  "Tonight, Tonight" foi nomeada para “melhor edição”, e também para “Melhor vídeo” no Grammy Awards  de 1997. Ele ainda é considerado um dos melhores vídeos musicais de todos os tempos, segundo a revista Stylus Magazine's.

Arrisco a dizer que se naquela época existissem trilhas sonoras, essa música casaria perfeitamente ao tema.

E para você, qual música é a cara do cinema?

terça-feira, 5 de abril de 2011

Da Morte ao Mito no "Podcast Microfonia 32 do Cifra Club - Nirvana: a banda que definiu o grunge"

Na semana de homenagens ao mito Kurt Cobain, participei doPodcast Microfonia 32, do Cifra Club News. O tema é claro, Nirvana: a banda que definiu o grunge.

Imperdível! Ouça agora: Podcast Microfonia 32 - Nirvana: a banda que definiu o grunge


domingo, 3 de abril de 2011

COBAIN, Kurt - 17 anos da vida de um mito

5 de abril de 1994. Essa semana serão completados exatos 17 anos da segunda vida de Kurt Cobain. A partir desta data, Kurt deixou o mundo aos 27 anos de idade, e tornou-se o mito vivo que já saboreia dezesete primaveras de homenagens, com discos novos (composto por raridades), livros, filmes e a certeza de que um mito pode ser eternizado no tempo.

Como não poderia deixar de ser, o Da Morte ao Mito presta sua singela homenagem ao personagem que deu início aos estudos da influência midiática na morte de celebridades. Kurt Donald Cobain foi um personagem ímpar na história da música porque construiu com a essência mais simples da música e com a forma menos esperada do estrelato, uma carreira responsável pela mudança de toda uma geração.
Kurt Cobain foi um dos poucos personagens que nunca se posou como pop star, embora tenha se tornado como tal. Nunca quis o sucesso sem limites, embora o tenha atingido. Jamais pensou em ser um ídolo, quando sem querer foi ninguém menos que o porta voz da geração X.
Há quem discorde e ache que o Nirvana tenha sido uma das bandas mais simples da história, musicalmente falando. Entretanto, o mais simples foi sem dúvida, o mais influente no mundo nos anos de 1990.

E é para esse ídolo dramático, que conquistou os fãs simplesmente pela identificação de personalidade fracassada (como o próprio Cobain descrevia), que o mundo homenageia um dos maiores ícones da música: Kurt Cobain. O eterno mito.

Essa semana ainda tem mais homenagens para Kurt Cobain do Da Morte ao Mito