segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O fim da fama - Ou será da fama ao fim? O fantasma do suicídio de personalidades midiáticas

Para quem achava que suicídio era coisa de jovens roqueiros das décadas passadas, uma surpresa. Na última sexta feira (20/08), o vocalista do trio britânico Ou Est Le Swimming Pool, Charles Haddon, se suicidou logo após a apresentação do grupo, no festival belga de Pukkelpop.

O vocalista de apenas 22 anos escalou um poste atrás do palco principal do evento e se atirou de lá, conforme informou a polícia belga. Há especulações de que Charles sofria de ansiedade pela possibilidade da fama. O grupo já vinha sendo aclamado como uma das grandes apostas do ano, por misturarem na medida certa o rock com a música eletrônica e o pop.

Entre os mais famosos casos de roqueiros suicidas está Michael Hutchence, vocalista do grupo INXS; Ian Curtis, do grupo Joy Division; Brad Delp, do Boston; e o suposto suicídio de Kurt Cobain, do Nirvana. Coincidência ou não, todos experimentaram jovens, a pressão da fama.

Mas o que tem o rock a ver com o suicídio? Um polêmico estudo publicado em 2008 no jornal Australasian Psychiatry investigou a influência de estilos de músicas sobre adolescentes e concluiu que fãs de Heavy Metal têm uma tendência maior a sofrer de depressão a ponto de cometer suicídio. A autora da pesquisa diz que não há evidências de que o tipo de música que você ouve vá te levar a cometer suicídio, mas aqueles que são mais vulneráveis e que apresentam maior risco de se matar podem estar ouvindo certos estilos específicos.

Sendo verdade ou não, uma constante é que a fama sempre incomodou personalidades. A fúria causada entre grandes nomes da música sempre foi um prato cheio para indústria midiática. Obviamente não há como concluir o que se passa na cabeça de um suicida, mas o impacto que uma pessoa que resolve tirar a própria vida traz é medido em números.

Além de debates eternos sobre as causas do suicídio de uma pessoa pública, as homenagens, reportagens e discussões na mídia são incontáveis. A notícia de um suicídio de um famoso é eticamente privada, por influenciar a atitude de outras pessoas. Esse é um exemplo do que a “morte divulgada em massa” é capaz de causar no imaginário popular.

 Charles Haddon, da banda Ou Est Le Swimming Pool é um exemplo de que mesmo com a democratização do acesso a informação e a participação pública, a pressão da fama concentrada em uma única pessoa é um fato corriqueiro na sociedade moderna. Tudo leva a crer que ainda há um tabu para afastar o fantasma que ronda as celebridades.

Veja o video de uma das músicas do Ou Est Le Swimming Pool

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O rock e suas vertentes: o gênero criado a partir de vários outros

Hard rock, heavy, punk, grunge, pop... Os chamados “rótulos” criados para identificar bandas de diferentes estilos exemplificam uma geração moderna da música, que evolui a partir de especificações originadas de um único som.

Antigamente todos os grupos que se vestiam de preto e abusavam da guitarra em suas canções eram considerados do puro rock n’roll. Elvis Presley, Chuck Berry, Stevie Wonder, dentre tantos outros experimentaram a “novidade” na hora certa. Talvez se Elvis tivesse ficado famoso no século XXI, dificilmente seria considerado o rei do rock, por exemplo. O The Cure hoje, talvez não fosse “rotulado” como gótico, e por aí vai... Com o fácil acesso à internet e à compra de produtos, fica cada vez mais imensurável a abrangência que o rock pode atingir. As tendências mudam, as pessoas mudam e a percepção para estilos também.

Desde que nasceu, em 1950, o rock tinha suas raízes fundamentadas no rock and roll e no rockabilly que evoluiu do blues, da música country e do rhythm and blues, entre outras influências musicais que ainda incluem o folk, o gospel, o jazz e a música clássica. Todas estas influências combinadas em uma simples estrutura musical baseada no blues que era "rápida, dançável e pegajosa".

No final dos década de 1960 e início dos anos setenta, o rock desenvolveu diferentes subgêneros. Quando foi misturado com a folk music ou com o blues ou com o jazz, nasceram o folk rock, o blues-rock e o jazz-rock respectivamente.

Na década de 1970, o rock incorporou influências de gêneros como a soul music, o funk e de diversos ritmos de países latino-americanos. Ainda naquela década, o rock gerou uma série de outros subgêneros, tais como o soft rock, o glam rock, o heavy metal, o hard rock, o rock progressivo e o punk rock. Já nos anos 80, os subgêneros que surgiram foram a New Wave, o punk hardcore e rock alternativo. E na década de 1990, os sub-gêneros criados foram o grunge, o britpop, o indie rock e o nu metal.

Até hoje surgem novos estilos. Alguém aí já ouviu falar no novo rock? Milhares de bandas pipocam em todo o mundo trazendo estilos novos de se tocar guitarra. O Brasil é um grande exemplo disso. A cada geração, uma nova banda para se adorar. Isso sem contar o estilo rocker que acompanha diferentes idades, ditando moda, comportamento e novas tendências.

Há quem viveu a adolescência das boites e do rock and roll at night, a época dos skatistas, dos metaleiros, dos cabeludos, do emo, do hard, e há quem integre até hoje o clube dos motoqueiros, que é composto por “tiozões radicais” banhado a muito rock!

O que importa é que no fim das contas, mesmo não sendo o mesmo som, o rock une gerações, marca décadas, constrói experiências e compõe vidas repletas de atitude!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Top 10 – Coisas que o rock pode implantar na sua vida

Além da música, o rock n`roll pode agregar muito mais pra vida das pessoas. Existem os fanáticos que nem saem de casa para assistir um programa de TV, ou aqueles que fazem qualquer loucura pra ver a banda favorita. Portanto, para o seu pai ou para o seu chefe que insistem em dizer que o rock não traz nada pra sua vida, esse artigo é pra eles.

Rock é um termo abrangente que define o gênero musical popular que se desenvolveu durante e após a década de 1950. O som do rock muitas vezes gira em torno da guitarra elétrica ou do violão e utiliza um fortebackbeat (contratempo) estabelecido pelo ritmo do baixo elétrico, da bateria, do teclado, e outros instrumentos como órgão, piano, ou, desde a década de 1970, sintetizadores digitais. Junto com a guitarra ou teclado, o saxofone e a gaita (estilo blues) são por vezes utilizados como instrumentos solo.

Se você se identifica com essas características, com certeza vai se encontrar na lista abaixo.

O que você já ganhou ou ainda pode ganhar com o rock:

Cabelo - Muito. Quanto mais, melhor. Todo roqueiro que se preze já teve ou quis ter o cabelo comprido. Essa é uma experiência única, que pode revelar personalidade, rebeldia, alguma fase da vida ou mesmo boas fotos para os filhos, netos... “Olha o papai quando era cabeludo”...

Conhecimento geográfico e cultural – “A banda fica na Costa Sul da Oceania. Nesse lugar, na região do oeste existem mais de 6.000 variedades de flores”. Se não fosse pelo rock, alguma vez você saberia da existência desse local ou desta cultura?

Leitura – Se você é um autêntico roqueiro deve ter lido no mínimo uns cinco livros de biografia do seu ídolo. Isso sem contar revistas, sites e o constante hábito de usar a internet para fazer busca de discografias.

Turismo – “Vale tudo para ver o show da melhor banda do mundo”. Com certeza você já pensou isso alguma vez. Portanto, o rock sempre foi uma boa desculpa pra te tirar de casa e te fazer viajar kilometros de distância para ver “o show” da sua vida.

Vida social – Existe show de rock sem mosh? Nãããão. Portanto, se você não tem a sua galera do rock, com certeza encontra pessoas malucas com objetivos semelhantes em eventos do gênero.

Moda – Vestimenta tipicamente preta, camisas de banda, acessórios pontiagudos, coturnos, tênis rasgados, piercings, tattos... Enfim, quando você começou a gostar de rock com certeza já foi identificado na rua como tal. Ah, e não é estereotipo não, mas é tipicamente característico do estilo.

Informações técnicas musicais – Com certeza você sabe definir o melhor riff da guitarra, o melhor solo ou a melhor “pegada rock `n roll”. Dificilmente o roqueiro sai de um show sem comentar os critérios técnicos apresentados.

Capacidade de oratória – “Quem falou que essa banda é rock? Rock mesmo é essa aqui”... Esse debate é comum entre os rockers. Nunca se viu tanto argumento junto quando é para discutir opiniões sobre uma banda ou outra.

Liberdade – Quem nunca se sentiu livre por ouvir sua música favorita no talo, sem ninguém pra incomodar? Se ainda não fez isso, experimente e depois conte pra alguém o significado da liberdade.

E até emprego... Muitas pessoas começam a trabalhar porque show de rock não é barato. Show internacional então, sem comentários. O tempo passa, o pai para de bancar e hora de contar com outro fornecedor de ingressos: o patrão.

Portanto, por mais que falem que não agrega valores, o rock te deu cultura, informação, estilo, responsabilidade, amigos e com certeza, os melhores momentos da sua vida!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O autógrafo de uma fã

Era primavera de 2000 quando Alice já se encontrava inquieta na sala de aula, com fome e vontade de ir embora pra casa. Sabe aquela terça-feira de pura nostalgia, típica de anteceder a frase: “O que eu fiz para ser obrigada a ficar assistindo show de talentos na escola”? Pois bem. Já de cabeça baixa na mesa, contando os segundos para aquele bendito sinal tocar, Alice ouviu um violão baixinho. Ainda sonolenta levantou a cabeça para tentar identificar a canção.

Não sei que música é essa, pensou. Queria perguntar alguém, mas do lado só viu garotas conversando sobre a festa do fim de semana, e que assim como ela, estavam interessadas em qualquer coisa que não fosse a apresentação dos colegas. Alice parou para ouvir toda a música. Enquanto Luis tocava o violão, Guilherme cantava, desafinado, a letra em inglês. Muito tímida, Alice não conversava com os garotos. Preferiu ficar na sua. Naquela época não tinha internet banda larga disponível, portanto nem tinha como procurar mais informações na internet.

Chegou em casa, foi passando os canais da televisão para ver se ouvia a tal música. Só pode

ser de alguma novela, pois me parece muito familiar, contou para a mãe enquanto almoçavam. Nada.

Duas semanas depois, Alice viu um CD na mão de Luis (o do violão). Por sorte, ele deixou cair perto dos pés dela, o que a fez ter coragem para perguntar que banda era aquela. Educadamente, ele agradeceu por ela ter se abaixado para pegar o CD e respondeu rapidamente: “Esses são os Red Hot Chili Peppers”. Para não se fazer de desentendida, Alice disse que já conhecia a banda. Para a sorte dela, Luis completou “Esse CD é o Californication, que é a música que apresentamos no show de talentos”. Com os olhos brilhantes, Alice não temeu e rapidamente retrucou: Jura? Estava atrás desta música desde que ouvi vocês tocarem. Luis a ofereceu emprestado. Ela, claro, aceitou.

Foi só chegar em casa para ouvir o CD inteiro, de trás pra frente, acompanhando as letras. No mesmo dia Alice saiu para comprar uma fita cassete e gravar todas as músicas. Começou a assistir MTV e no fim de semana conseguiu gravar o clipe de Californication. Foram dois dias vendo repetitivamente o mesmo video. Juntou dinheiro, comprou o CD original. Por sorte, estava perto do seu aniversário e pediu aos seus pais para que te dessem outro CD da banda. Em apenas um mês Alice já tinha pôsteres, camisas e um vídeo com 8h seguidas dos RHCP. Ela e Luis trocavam materiais e um foi ajudando a completar a coleção do outro – Luis mais do que ela, porque já conhecia a banda há mais tempo.

Num sábado a tarde seus pais a chamaram para viajar e Alice recusou, pois na TV iria passar um especial de 2h com os Red Hot. Essa é fã, viu?!, resmungou a mãe. Aquela frase mudou a vida de Alice e ela se deu conta que realmente era fã! Tem noção do que é isso? Deixo de ser Alice para ser fã de uma banda. E assim fez. Sempre que conhecia uma pessoa nova, se apresentava como Alice, fã de RHCP – o que nem era difícil perceber, pois ela só andava com as camisas da banda.

Até aí são flores. O sofrimento da fã Alice começou quando sabia que os Chili Peppers viriam ao Brasil, pra cidade do Rock, nas férias. Perfeito, se ela pudesse ir ao show. Tinha apenas 13 anos e não tinha um tio, vizinho ou amigo dos pais que a pudessem levar. Ou seja: o jeito foi ver tudo pela TV, sofrendo como uma louca. O lado bom da trágica apresentação da banda (para Alice) foi que ela viu outros shows e percebeu que podia ir além. Alice encantou-se principalmente pelo Silverchair, que havia tocado na mesma noite que os Red Hot.

Pronto. Dali em diante, tudo quanto era cabeludo que tocasse guitarra agradava a pequena Alice. E assim perdurou por anos. O último grande ídolo foi Kurt Cobain. Alice sentiu-se comovida pela história do músico, estudou sobre o suicídio, quis saber mais da morte, do Nirvana. Passaram-se os anos e ela levou a brincadeira a sério. Na faculdade, estudou sobre a morte de personagens midiáticos e usou Cobain como personagem principal da pesquisa.

Alice foi estudar música, formou em letras, visitou Seattle, pós graduou em cinema, dirigiu um curta sobre ídolos do rock e não tão distante da sua realidade, resolveu escrever um livro resumindo sua experiência histórica com o mundo da música.

No dia do lançamento de seu livro, uma surpresa. Os Red Hot passariam pelo seu país. Cheia de amigos influentes no meio musical, devido ao curso de cinema, Alice teve a surpresa de ver o vocalista da banda na noite de seu lançamento. Naquele dia, foi ela quem deu o autógrafo. Ainda achando que era um sonho, ela foi pra casa na certeza de que aquele poderia ser o último dia de sua vida. Alice chegou em casa, dormiu realizada e experimentou o que somente um fã pode entender.

sábado, 7 de agosto de 2010

Rock Baby

Quem será essa criança gorducha?

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Rammstein: o ícone alemão chega ao Brasil

Depois da confirmação do show da banda Rammstein no Brasil em novembro deste ano, o Rock Wall não poderia deixar passar em branco a boa notícia. Os alemães fazem (até o momento) uma apresentação única em São Paulo, no dia 30 de novembro (terça-feira).  A coluna dessa semana não fala especificamente de um ícone, mas de seis artistas que fizeram com que a sua música se tornasse uma das mais ouvidas e respeitadas de todo o mundo, quebrando barreiras do pólo de concentração musical da América do Norte.

O ícone da vez é a música do Rammstein, que provoca arrepios a quem ouve pela primeira vez o alemão grave cantando por Till Lindemann, acompanhado das guitarras de Richard Z. Kruspe e Paul Landers, a bateria de Christoph Doom Schneider, alinhada ao baixo de Oliver Riedel e ao teclado de Christian “Flake” Lorenz. O ritmo? Uma mistura de Metal Industrial e Tanz Metal (ou Dance Metal, em Inglês). O Metal Industrial configura um estilo que mistura elementos da música industrial e do heavy metal.

O Rammstein surgiu em 1994 após uma conturbada Alemanha vivida por Richard Z. Kruspe (seu fundador) que viveu as mudanças territoriais causadas pela queda do muro de Berlim. Segundo o site www.rammsteinfan.com.br, o nome da banda surgiu a partir de uma tragédia que envolveu uma colisão de jatos italianos, ocorrida na cidade de Ramstein. Eles acrescentaram mais um “M” no nome e batizaram o grupo como Rammstein, que também foi título da primeira música deles.

Cada álbum que o Rammstein lança é diferente do anterior, não mantendo um estilo único. Apesar da banda demonstrar brutalidade na sua imagem, há senso de humor e protesto político nas letras. Algumas letras estão escritas de maneira dúbia, passíveis de terem dupla interpretação, podendo dizer que o sentido da letra varia segundo o ouvinte.

O Rammstein conquistou seu espaço pela qualidade musical em longo tempo de estrada. Somente de premiações, a banda já levou os títulos mais importantes do mundo, como: MTV Europe Music Awards: Melhor grupo alemão; World Music Awards: Artista alemão de melhores vendas (pelo álbum Liebe Ist Für Alle Da);  Metal Hammer: Melhor canção (Mein Teil); Emma Gaal: Melhor grupo internacional, dentre outros.

O site www.rammsteinfan.com.br divulgou recentemente uma nota oficial dos organizadores da turnê “Liebe ist für alle da World Tour”, que envolve apresentação da banda pelo Brasil no fim desse ano.  Por enquanto existe apenas uma data confirmada. Veja informações abaixo:

RAMMSTEIN “Liebe ist für alle da” World Tour
Data: 30 de Novembro de 2010
Local: Via Funchal – São Paulo
Ingressos: R$ 200 (pista), R$ 220 (mezanino) e R$ 300 (camarote)
Classificação etária : Livre
Vendas a partir de 7 de agosto de 2010: www.viafunchal.com.br Tel: (11) 21445444

Veja também: The Rock Wall