Para quem achava que suicídio era coisa de jovens roqueiros das décadas passadas, uma surpresa. Na última sexta feira (20/08), o vocalista do trio britânico Ou Est Le Swimming Pool, Charles Haddon, se suicidou logo após a apresentação do grupo, no festival belga de Pukkelpop.
O vocalista de apenas 22 anos escalou um poste atrás do palco principal do evento e se atirou de lá, conforme informou a polícia belga. Há especulações de que Charles sofria de ansiedade pela possibilidade da fama. O grupo já vinha sendo aclamado como uma das grandes apostas do ano, por misturarem na medida certa o rock com a música eletrônica e o pop.
Entre os mais famosos casos de roqueiros suicidas está Michael Hutchence, vocalista do grupo INXS; Ian Curtis, do grupo Joy Division; Brad Delp, do Boston; e o suposto suicídio de Kurt Cobain, do Nirvana. Coincidência ou não, todos experimentaram jovens, a pressão da fama.
Mas o que tem o rock a ver com o suicídio? Um polêmico estudo publicado em 2008 no jornal Australasian Psychiatry investigou a influência de estilos de músicas sobre adolescentes e concluiu que fãs de Heavy Metal têm uma tendência maior a sofrer de depressão a ponto de cometer suicídio. A autora da pesquisa diz que não há evidências de que o tipo de música que você ouve vá te levar a cometer suicídio, mas aqueles que são mais vulneráveis e que apresentam maior risco de se matar podem estar ouvindo certos estilos específicos.
Sendo verdade ou não, uma constante é que a fama sempre incomodou personalidades. A fúria causada entre grandes nomes da música sempre foi um prato cheio para indústria midiática. Obviamente não há como concluir o que se passa na cabeça de um suicida, mas o impacto que uma pessoa que resolve tirar a própria vida traz é medido em números.
Além de debates eternos sobre as causas do suicídio de uma pessoa pública, as homenagens, reportagens e discussões na mídia são incontáveis. A notícia de um suicídio de um famoso é eticamente privada, por influenciar a atitude de outras pessoas. Esse é um exemplo do que a “morte divulgada em massa” é capaz de causar no imaginário popular.
Charles Haddon, da banda Ou Est Le Swimming Pool é um exemplo de que mesmo com a democratização do acesso a informação e a participação pública, a pressão da fama concentrada em uma única pessoa é um fato corriqueiro na sociedade moderna. Tudo leva a crer que ainda há um tabu para afastar o fantasma que ronda as celebridades.
Veja o video de uma das músicas do Ou Est Le Swimming Pool
Grunge is Not Dead !
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