domingo, 27 de março de 2011

CD já é coisa de colecionador?

Entrando para a história dos mitos, o CD é a próxima vítima da música. Grandes gravadoras de importantes bandas já estão anunciando que não irão distribuir álbuns físicos apenas para colecionadores, o que limitará a produção dos discos, sendo um objeto raro nas prateleteiras.

As pessoas sempre reclamam quando precisam abrir mão de um bem. Ninguém quer ver decretado o fim do CD, como não queriam ver do vinil, mas hoje é difícil encontrar alguém que tenha como única fonte de música, os CDs. Os sons e a aparelhagem para transportar essa mídia tornou-se obsoleta pela rápida distribuição na internet e pela facilidade em manusear objetos menores, como MP3, que possuem a capacidade de armanezar um maior número de conteúdo.

E a poética juntar uma grana, passar horas na loja "namorando" uma capa de cd e folheando seu encarte? Esse é um hábito que está ficando pra trás. Mas não é por isso que você deixará de mostrar a sua admiração pela banda que você gosta. Muitos artistas colocam à venda seus álbuns na web, e os usuários é quem julgam o valor daquele trabalho, contribuindo ou não com uma quantia em dinheiro.

Como toda mudança essa prática causa incômodo. É difícil escolher um e abandonar o outro. Porém, a extinção dos cds é de nossa inteira responsabilidade, porque paramos de consumí-lo.

E você, quanto pagaria para ainda ter em mãos, os CDs das suas bandas favoritas?

domingo, 20 de março de 2011

A religião do rock

Falar do assunto religião é algo bastante polêmico.  Antes de iniciar esse texto, deixo claro para os leitores que o objetivo não é discutir qual é o fundamento religioso que rege o rock, mas apresentar o estilo como uma 2ª religião que o homem adquire ao se tornar fã de algum ídolo, e ter como referencial, um mito da música.

Há quem diga que o rock não tem religião, mas eu me atrevo a arriscar que esse estilo de música é responsável por criar adeptos que passam a ser totalmente crentes à essa cultura. Vocês me perguntam em seguida: por quê?

- O estilo de rock em seu universo, denominado como “todo”, consegue aderir adeptos que são fies à uma banda ou vertente da música pesada;
- A moda, como já discuti nesse mesmo espaço, também é responsável por determinar o tipo de vestimenta da tribo dos seguidores do rock;
- Todos os apreciadores do estilo tem um totem, que mais tarde poderá ser chamado de mito.
- Aqueles que tem uma visão negativa de outros estilos são claramente identificados como seguidores fiéis do rock n’ roll.
- Existem tribos que seguem determinados ritos em shows, como o próprio mosh.

Dentre outros vários indícios, que são particulares de cada um, e que não cabe aqui discutir. É importante ressaltar aqui, que o termo religião não está ligado ao sagrado ou ao divino, mas apenas como uma palavra determinante do sentido de uma cultura.

Para deixar mais claro, leiam a definição de religião, retirada do dicionário:
“Religião (do latim: "religio" usado na Vulgata, que significa "prestar culto a uma divindade", “ligar novamente", ou simplesmente "religar") é um conjunto de crenças sobre as causas, natureza e finalidade da vida e do universo... Muitas religiões têm narrativas, símbolos, tradições e histórias sagradas que se destinam a dar sentido à vida. Elas tendem a derivar em moralidade, ética, leis religiosas ou em um estilo de vida preferido de suas idéias sobre o cosmos e a natureza humana.”

Há quem diga que o rock não tenha religião, e eu concordo. Quem tem religião, para mim, são seus adeptos.

Existe até oração do rock. Veja:



E você, é um seguidor da religião rock?


Leia também: A Bíblia do rock

domingo, 13 de março de 2011

O fenômeno Raul Seixas em 40 anos do eterno auge

Alguns leitores pediram e aqui está o texto do eterno Raulzito, um dos pioneiros da história do rock no Brasil. Não só pela sua voz marcante, o cantor conquistou milhares de fãs pelas suas composições inteligentes e provocadoras à submissão da política e de seus seguidores ao “sistema”.

Irreverência também foi outro marco na carreira de Raul, que foi apontado em uma sociedade conservadora, como bruxo pelas suas letras e “viagens conscientes”, que ele assumiu ter para alcançar inspiração para compor.  Isso sem contar a implementação da “Sociedade Alternativa”, que era reforçada em versos como “Se eu quero e você quer/ Tomar banho de chapéu ou esperar Papai Noel/ Faça o que tu queres, pois é tudo dentro da lei”.

Sua obra musical é composta de 21 discos lançados em seus 26 anos de carreira e seu estilo musical é tradicionalmente classificado como rock e baião. O álbum de estreia, Raulzito e os Panteras (1968), foi produzido quando ele integrava o grupo Os Panteras, mas só ganhou notoriedade crítica e de público com as músicas de Krig-Ha, Bandolo! (1973), como "Ouro de Tolo", "Mosca na Sopa", "Metamorfose Ambulante". Raul Seixas adquiriu um estilo musical que o creditou de "contestador e místico", e isso se deve aos ideais que vindicou, como a Sociedade Alternativa apresentada em Gita (1974), influenciado por figuras como Aleister Crowley.

Raul se interessava por filosofia (principalmente metafísica e ontologia), psicologia, história, literatura e latim e algumas crenças dessas correntes foram muito aproveitadas em sua obra, que possuía uma recepção boa ou de curiosidade por conta disso. Ele conseguiu gozar de uma audiência relativamente alta durante sua vida, e mesmo nos anos 80 continuou produzindo álbuns que venderam bem, como Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum! (1987) e A Panela do Diabo (1989).

Raul Seixas morreu no dia 22 de agosto de 1989, vítima de uma parada cardíaca: seu alcoolismo, agravado pelo fato de ser diabético, e por não ter tomado insulina na noite anterior, causaram-lhe uma pancreatite aguda fulminante. Como não poderia deixar de ser, o ídolo tornou-se mito por toda eternidade entre fãs dos anos 80, até a nova geração, que conhece a história do rock do Brasil, e logo se identifica com a personalidade de Raul.

O mito de todos os tempos
A obra musical de Raul Seixas tem aumentado continuamente, na medida em que seus discos continuam a ser vendidos, tornando-o um símbolo do rock do país e um dos artistas mais cultuados e queridos entre os fãs nos últimos quarenta anos.

 Depois de sua morte, Raul permaneceu entre as paradas de sucesso. Foram produzidos vários álbuns póstumos, como O Baú do Raul (1992), Raul Vivo (1993 - Eldorado), Se o Rádio não Toca... (1994 - Eldorado) e Documento (1998). Inúmeras coletâneas também foram lançadas, como Os Grandes Sucessos de Raul Seixas de (1993), a grande maioria sem novidades, mas algumas com músicas inéditas como As Profecias (com uma versão ao vivo de "Rock das Aranhas") de 1991 e Anarkilópolis (com "Cowboy Fora da Lei Nº2") de 2003. Sua penúltima mulher, Kika, já produziu um livro do cantor (O Baú do Raul), baseado em escritos dos diários de Raul Seixas desde os seis anos de idade até a sua morte. E pelo que tudo indica, a série de homenagens ao cantor não vão terminar tão cedo.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Mulheres no rock: o toque feminino no barulho musical

No próximo dia 8/03 é comemorado o Dia Internacional da Mulher. O Da Morte ao Mito, é claro, não poderia deixar de prestar uma homenagem aos mitos femininos que mostraram a cara, venceram preconceitos e conquistaram mais um importante espaço na sociedade. A música é a grande prova dessa manifestação que até hoje só tende a reforçar o ideal de que elas podem e fazem bem o barulho do rock.
Uma das primeiras a quebrar os tabus foi Janis Joplin em sua frenética carreira solo, no final da década de 60. Mas isso era só o começo. Logo em seguida, o mundo reconheceu Suzi Quatro, das musas Joan Jett e Lita Ford, que lideravam o The Runaways e do Blondie, comandado pela carismática Debbie Harry.

Algum tempo depois surgiu o The Bangles, que fez história com álbum “All Over the Place”, em 1984 e, junto com as meninas do Go Go’s, foram eleitas os maiores nomes do chamado Pop / New Wave. Outro destaque dos anos 80 foi o Vixen, o maior representante feminino do Hard Rock.

Quem também marcou época foi a alemã Doro Pesch. Primeiro com o Warlock e depois simplesmente como Doro, gravando ótimos álbuns durante os anos 90. E foi também nos anos 90 que o mundo conheceu as californianas do L7. Praticando um Heavy Metal sem maiores cerimônias, o grupo emplacou vários hits nas rádios e na MTV, chegando a se apresentar em terras brasileiras em 1993, no festival Hollywood Rock.

Ainda nos anos 90, destaque especial para as meninas do Kittie, banda de Nu Metal canadense de London Formada em 1996, elas atingiram o sucesso em 1999, quando a faixa "Brackish" tornou-se um hit único. A banda também apoiou, durante o início da década de 2000, o Slipknot em turnê pelo Reino Unido, abrindo-lhes vários concertos aumentando a popularidade da banda.

Algumas mulheres ainda ganharam destaque tocando algum instrumento em bandas formadas exclusivamente por homens, como as baixistas Sean Yseult e D’Arcy Wretzky, do White Zombie e Smashing Pumpkins, ou atuando como ‘front woman’, como Gwen Stefani e Shirley Manson, do No Doubt e Garbage, respectivamente.

Não podemos esquecer que são as mulheres que lideram a maior parte dos grupos Doom / Gothic. Entre as representantes do estilo, destacam-se Vibeke Stene (Tristania), Liv Kristine Espenæs (Theatre of a Tragedy) e Tarja Turunen (ex-Nightwish).

No Brasil, o destaque fica para  pioneira Rita Lee, o ícone Cássia Eller e as veteranas Paula Toller (Kid Abelha), Fernanda Takai (Pato Fu).

E então, ainda é preciso mais algum argumento para homenageá-las no dia 8 de março?
Por isso, mais do que o dia delas, finalizo com a convicção que o cenário do rock também foi construído por elas!

terça-feira, 1 de março de 2011

Quero ser um mito em 2011 – The Hell’s Kitchen Project


Primeira terça-feira do mês é dia de divulgar um talento brasileiro, que em dezembro participará de uma disputa entre os leitores do “Da Morte ao Mito”, para saber qual é banda que será o mito em 2011.

Hoje é dia da banda The Hell’s Kitchen Project (THKP), criada no final de 2006 para romper paradigmas. O power trio belo-horizontino tem como diferencial a ausência de guitarras, criando um som único proveniente das levadas criativas do contrabaixo de Fernando Craviée, da conduta hostil da bateria de Leo Braca e da versatilidade do vocal de Jon. Tudo isso agregado ao mix do bom e velho rock n’ roll com o eletrônico moderno. Suas letras têm como tema o estresse no trabalho e os problemas nos relacionamentos, ambos abordados de maneira bem humorada e inteligente.

A banda canta suas músicas em inglês, abordando o universo íntimo, particular e libertino do ser humano, criando uma experiência na qual o som sincronizado se transforma, resultando em explosão e particularidade.

Sustentados pelo som e pela vontade de tocar, a THKP vem superando as expectativas do seu público e revelando-se na cena da música independente. Para conhecer o material completo da banda é só acessar o site oficial: www.thkproject.com
Canal da banda no YouTube: http://www.youtube.com/thkproject
Entre em contato com a banda: contato@thkproject.com





Gostou da banda THKP? Em dezembro eles participam do concurso que vai eleger o mito de 2011.

Você tem uma banda e também quer participar do concurso "Quero ser um mito em 2011"? Então clique aqui.