segunda-feira, 24 de maio de 2010

John Frusciante: de indispensável à melhor guitarrista do mundo

Foi com um estilo próprio, tímido porém ousado, que o  guitarrista, cantor, compositor e produtor musical norte-americano, John Frusciante, conquistou o título de melhor guitarrista dos últimos 30 anos (1980-2010), eleito por uma enquete dos britânicos da BBC. O músico de 40 anos saiu na frente de Slash e Matt Bellamy, do Muse, escolhido com mais de 30 mil votos.


Frusciante também teve o seu trabalho reconhecido pela revista americana Rolling Stone, que  lhe concedeu o 18º lugar da lista dos "100 Melhores Guitarristas de Sempre".

John ganhou notoriedade quando juntou-se aos Red Hot Chlili Peppers, aos 18 anos de idade, em 1989. Conhecida como uma das maiores bandas do mundo, vencedora de seis Grammys, os Red Hot alavancaram a carreira de sucesso no álbum “Blood Sugar Sex Magic”, quando John já integrava o grupo. Depois da gravação deste disco, por problemas pessoais, Frusciante deixou a banda, retornando apenas em 1998, para gravação de Californication, coincidentemente, outro álbum que garantiu milhares de vendas para os Chili Peppers. Ao todo, Frusciante gravou 5 álbuns ao lado de Anthony Kiedis, Chad Smith e Flea, de quem se despediu em dezembro de 2009.

Paralelamente, John Frusciante também mantém carreira solo. Os seus álbuns solo incorporam uma variedade de elementos desde o rock experimental, música ambiente até ao New Wave e eletrônica. Ao todo, John soma 10 álbuns em seu nome. São eles: Niandra Lades and Usually Just a T-Shirt, Estrus EP, Smile From The Streets You Hold, To Record Only Water for Ten Days, Internet Álbum Release (chamado de "From the Sounds Inside" pelos fãs), The Brown Bunny (Trilha sonora), Shadows Collide With People, The Will To Death, The DC EP, Inside Of Emptiness, A Sphere In the Heart of Silence, Curtains e The Empyrean.

Além da carreira própria, John realizou duas colaborações com Josh Klinghoffer e Joe Lally, sob o nome de Ataxia, com quem lançou dois álbuns: Automatic Writing e Automatic Writing II.

A quantidade de álbuns lançados resume uma carreira de sucesso. Por onde passa, John “dá certo”. Basta ouvir suas composições, seus riffs ou simplesmente como backing vocal em algumas canções dos Red Hot Chili Peppers, pra ver como é doce a voz de Frusciante e como a cada nota tocada na guitarra é feita com cuidado. Toda a agressividade sonora resume-se à uma personalidade tímida, acatada, que faz aquilo com determinado capricho.

Ouvir John Frusciante é como ver a prova de um bom aluno, que estuda sempre antes das apresentações. Ser eleito o melhor guitarrista do mundo é conseqüência de um trabalho que é feito com humildade, cuidado e respeito aos fãs.

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segunda-feira, 17 de maio de 2010

Dio – Mais Heaven do que Hell

Foi sendo um dos seres mais ‘diabólicos’ do heavy metal, que Ronnie James Dio deixa eternamente a sua marca neste planeta em que se destacou pelo seu talento e por suas atitudes.  O ícone do rock morreu na manhã deste domingo (16), aos 67 anos, de câncer no estômago.

Dio se apresentou com Elf, Rainbow, Black Sabbath, Heaven & Hell, e sua própria banda, Dio. Ele foi aclamado como um dos cantores mais poderosos do heavy metal, conhecido por sua voz poderosa e consistente e pela popularização dos "chifres do diabo", gesto com a mão na cultura de metal. Sim, o documentário "Metal - a headbangers journey" cita Dio como um dos inventores do "chifrinho" feito com as mãos, imitado por fãs do gênero no mundo inteiro. Segundo ele, o símbolo era usado por sua avó italiana, e servia para afastar (ou provocar) o "mau olhado". Segundo o próprio vocalista, ele não foi o inventor mas provavelmente fez com que o símbolo se popularizasse no meio do rock.

Em sua discografia e biografia, Dio apresenta-se como um dos mais poderosos e difusores da imagem “diabólica” do metal. Em suas letras, estão as mais assustadoras canções, que falam sobre inferno, alma penada, medo, dentre outras fúrias que são descarregadas nos pesados riffs, que lideraram durante anos, a lista dos “melhores álbuns de rock da humanidade”. 

No Brasil, Dio já veio para tocar junto com Bruce Dickinson, Jason Bonham Band e Scorpions, em 1997. Exatamente a um ano de sua morte, no dia 16 de maio de 2009, o músico se apresentou em São Paulo.

Como prova de sua influência na música, antes de morrer, Dio já era protagonista de sete grandes tributos: Awaken the Demon: Tribute to Dio (1999), Hell Rules Vol. 1 (1999), Hell Rules Vol. 2 (2000), Holy Dio (Nacional) (2000) *CD Simples, Holy Dio (Japonês) (2000) *CD Duplo, Catch The Rainbow - Atribute to Rainbow (2000), Evil Lives (2004). Já imaginou quantos títulos serão lançados sobre a carreira do músico somente em 2010? Inimaginável, incontável e totalmente merecido. 

Muitos se emocionaram com a divulgação da morte, feita por sua esposa Wendy, no site oficial do músico: “Hoje meu coração está partido, Ronnie se foi às 7h45”. Muitos de nossos amigos e familiares puderam se despedir antes que ele se fosse em paz. Ronnie sabia que era muito amado por todos”. Wendy está certa. O ícone fez sucesso e conquistou a admiração de fãs de várias gerações, que a partir desta data, passam a eternizar a figura de Dio.

Embora tenha feito sucesso por seu posicionamento diabólico, Dio consolidou sua imagem no âmbito de “Deuses do rock”. E não foi só pela sua influência musical, mas por suas atitudes. Casou-se, adotou um filho, organizou shows em prol do fim da miséria na África, cuidou de sua saúde até o fim, e preocupou-se, com a mais absoluta certeza, em agradar a sua imensidade de fãs, em suas canções, shows, discos e relacionamentos. E como afirmou Wendy, ele se foi, sabendo de seu apreço e que sua imagem jamais seria esquecida.

Veja também: The Rock Wall

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Dave Grohl: o homem que nasceu para música

Nem é preciso conhecer todo o portifólio dele para saber que por onde passa faz sucesso. Além de multinstrumentista, Dave Grohl é uma das figuras consideradas “a cara do rock n’ roll” desse e dos últimos tempos.

Desde os dezesseis anos Grohl já chamava atenção. O prodígio começou a carreira de baterista em 1980 na banda Scream. Um pouco mais tarde, o garoto descobriu que não era ninguém menos do que o baterista que o Nirvana precisava. Apesar dos problemas vivenciados na banda que liderou o movimento grunge na década de 1990, Dave foi um dos destaques que fizeram de Kurt Cobain e sua música, uma das bandas mais respeitadas do mundo.

Com a morte de Cobain e o fim do Nirvana, Dave tratou logo de montar outra banda. E foi gravando fitas com músicas em que ele próprio compunha e tocava todos os instrumentos, que ele chamou a atenção das gravadoras que apostaram em seu sucesso e incentivaram a formação do Foo Fighters, que diga-se de passagem, é uma das bandas mais respeitadas da atualidade.

Somente em prêmios, Dave e a trupe do Foo Fighters já faturaram como melhor Banda do Ano do Classic Rock Roll Of Honour, onde concorriam com pesos pesados – Def Leppard, Whitesnake, Kiss e outros; levaram o título do Grammy como melhor álbum do rock, e até a cidade de Warren (onde Dave nasceu), no Estado de Ohio, norte dos Estados Unidos, resolveram trocar o nome da Market Alley para Dave Grohl Alley, numa justa homenagem ao filho mais ilustre.

E para quem pensa que ter duas renomadas bandas no currículo já basta, para Grohl sempre foi diferente. Enquanto se ocupa no Foo Fighters, o músico movimenta projetos paralelos. Em 2002 Dave participou do CD "Songs For The Deaf" da banda Queens of the Stone Age tocando bateria e fazendo alguns shows. Ele também participou do filme "Tenacious D, a palheta do Destino" e no clipe "Tribute" da banda Tenacious D, formada por Jack Black e Kyle Gass, fazendo o papel do demônio no filme, além de participar como baterista de todo o álbum The Pick of Destiny.

Em 2004, ele lançou o Probot, projeto que reuniu grandes nomes do metal e ídolos de Dave Grohl, como Lemmy (Motörhead), Max Cavalera (Sepultura, Soulfly), Cronos (Venom) entre outros para gravar um álbum com onze faixas, lançado pela Southern Lord Records.

No ano passado, junto com John Paul Jones (Led Zeppelin) e Josh Homme (Queens of the Stone Age), Grohl formou a banda Them Crooked Vultures, na qual ele toca bateria.

 Para comprovar a competência do rapaz, Dave já foi convidado para tocar com os músicos mais importantes do mundo, sendo em shows ou participações em programas, dentre eles: Bruce Springsteen, Chris Martin, David Bowie, Eagles of Death Metal, Eddie Vedder, Gnarls Barkley, Jack White, Jimmy Page, John Paul Jones, Juliette Lewis, Lars Ulrich, Lemmy Kilmister, Paul McCartney, Peter Frampton, Queen, Rush, Queens of the Stone Age, Red Hot Chili Peppers, R.E.M, Serj Tankian, Tenacious D, The Prodigy, Tom Petty & The Heartbreakers, Max Cavalera, dentre outros.

Quando questionado sobre direitos autorais sobre as músicas do Nirvana, Dave simplesmente responde: “a banda acabou e para sempre aquela música vai estar lá. Em alguns momentos pouco me importa quem controla a caixa registradora. Eu vou sempre ser o cara que tocou bateria naquela banda, e para mim isso é mais importante do que controle, poder, dinheiro ou o que quer que seja”, declarou o modesto rapaz em entrevista para MTV. Tanto glamour combinado com ‘humildade’ nos leva a crer que Dave não precisa se envolver em escândalos, nem criar polêmica no caso Kurt Cobain, muito menos exigir dinheiro para se tornar reconhecido. Tanta competência pode ser facilmente notada em seus discos.

Seja como baterista, vocalista ou guitarrista, Dave Grohl sustenta-se como um grande nome do rock n’ roll e prova que se não fosse para música, talvez não teria nascido para outra coisa.

Veja também: The Rock Wall

terça-feira, 4 de maio de 2010

Ramones: vida e morte de uma das bandas mais influentes do rock

Imagine uma banda que teve início nos anos de 1970 e que precisava tocar músicas de outros artistas para conquistar a notoriedade, porém seus integrantes simplesmente não conseguiam, por ter um conhecimento musical limitado. Esses eram os Ramones, que logo de cara preferiram compor e lançar suas próprias músicas.

O texto desta semana não diz respeito a uma pessoa especificamente, mas sobre uma banda, que ganhou reconhecimento por sua originalidade, personalidade e autenticidade. Depois que I Don't Wanna Walk Around With You foi escrita no primeiro ensaio, e após assistir poucas apresentações da banda em público, a gravadora Sire Records apostou no trabalho dos rapazes e transformou os Ramones na banda percussora do punk e uma das mais influentes da história do rock.

Ao longo de seus 22 anos de existência, os Ramones totalizaram 2.263 apresentações ao redor do mundo. Além de conquistar público, os meninos de Nova Iorque ganharam a admiração de fãs que acompanharam e repassaram o sucesso do grupo para as mais novas gerações.

O fim dos Ramones foi trágico, antes mesmo da morte de Joey Ramone. Em função da ‘postura engessada’ que a banda precisava carregar, em  1996 eles resolveram parar de tocar.  Desde o fim dos Ramones, Joey lutava contra o câncer linfático e planejava seu disco solo. No final do ano 2000 o câncer deu uma trégua e o vocalista ainda fragilizado lançou um álbum em que mostrava sua vocação de multiinstrumentista, tocando todos os instrumentos e ainda cantando.

Mas em dezembro Joey escorregou no gelo da calçada à frente de seu apartamento e quebrou a bacia. A medicação do tratamento foi interrompida para que uma cirurgia fosse realizada e assim o câncer se alastrou. No dia 15 de abril de 2001 Joey Ramone faleceu. A notícia abalou milhares de fãs do mundo inteiro. Os Ramones eram tudo para Joey, ele era um dos símbolos do punk e um dos vocalistas e personagens mais influentes e queridas da história do rock e da música.


E é por isso que os Ramones abocanharam vários prêmios da música e são considerados como um dos grupos mais importantes da história, tal como os Beatles foram. Somente em tributos eles somam (entre os principais), 14 títulos. São eles: Gabba Gabba Hey (1991), Ramonetures (2000), Ramones Forever: an International Tribute (2001), Strength to Endure: A Tribute to Motorhead & the Ramones (2002), We're a Happy Family: A Tribute to Ramones (2003), Gabba Gabba Metal (2004), Blitzkrieg Over You: A Tribute to the Ramones (2004), Gabber Gabber Hey!: A Loud And Fastpaced Tribute To The Ramones (2004), Todos Somos Ramones (2005), Guitar Tribute To The Ramones (2005), The Rockabilly Tribute to the Ramones (2005), Pan For Punks...A Steelpan Tribute To The Ramones (2005), Brats on the Beat: Ramones for Kids (2006), The Family Tree (2008).

Na videografia, os percussores do punk são protagonistas de sete películas: Rock 'n' Roll High School (1979), Lifestyle Of The Ramones (1990), Ramones: We're Outta Here! (1997), Ramones: Around The World! (1998), End of the Century: The Story of the Ramones (2003), Ramones RAW (2004), It’s Alive: 1974-1996 (2007).

Joey e sua trupe fizeram história enquanto entravam pra ela. Antes de encerrarem a carreira, os roqueiros arrastavam uma legião incontável de fãs e protagonizaram materiais sobre os Ramones. O fato é que com o fim da banda e falecimento de Joey, o grupo não foi tão citado quanto ainda fazia sucesso.

Os Ramones foram a prova de que uma banda que não sabe quando começar sabe exatamente a hora de parar. Joey morreu sendo ‘o cara’ e não precisou virar cinzas para saber disto. Viveu, causou, encantou multidões e se viu ser aplaudido e seguido por várias partes do mundo.

A mensagem de “Hey Ho Let’s Go” foi levada mundo afora e embora não seja tão otimista assim, prova que Joey e os Ramones vieram, vivenciaram e viram seus nomes estampados em revistas, camisetas, livros e vidas de muitas pessoas.

Veja também: The Rock Wall