sábado, 26 de maio de 2012

Do Mito ao Ídolo – Los Hermanos e o legado do sucesso após o “fim”


Há quem diga que tudo não passou da famosa estratégia “Morra jovem, permaneça belo”, como diria Kurt Cobain. Acabar no auge é a fórmula para o sucesso eterno que muitas bandas usam ou são obrigadas a usar pela morte de um dos integrantes ou por qualquer outro motivo. Com os cariocas do Los Hermanos foi diferente. Ninguém morreu e não houve motivo de fracasso para a banda dar uma “pausa sem tempo determinado”. Pelo contrário, eles encerraram os trabalhos no auge da carreira com shows lotados, até mesmo na ‘despedida’ da banda. Coincidência ou não, o fato é que mesmo revoltados com a interrupção da carreira, os fãs demonstraram sentir falta dos barbudos e tem comparecido em peso nos shows.

Os frontmans Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante chegaram a tocar novos projetos independentes, mas nenhum obteve o mesmo sucesso que o Los Hermanos conquistou no Brasil. Os fãs aprovaram que eles são bons, mas que são muito melhores enquanto estão juntos.

Em 2012 eles voltaram com tudo após se apresentarem em grandes festivais como o SWU e perceberem que ainda tinham 100% da aprovação do público. A turnê que roda o país tem esgotado os ingressos e contado com um coro único ao relembrarem canções dos álbuns Los Hermanos, Bloco do eu Sozinho, Ventura, Quatro e até mesmo músicas novas.

Ao retornar da luz do mito, a banda virou coisa de cinema, literalmente. Shows sendo transmitidos nas telonas, as camisetas voltaram a ser vendidas, os álbuns retomaram espaço no mercado e as apresentações reapareceram como oportunidade única. Exatamente como acontece quando uma banda acaba e volta ao estrelato justamente por isso.

Os Los Hermanos chegaram até ser comparados aos Beatles em várias resenhas sobre os recentes shows no Brasil, pelo fato do coro da plateia ser mais alto que a voz dos próprios vocalistas, como acontecia com o quarteto de Liverpool. Ou seja, em um ‘possível fim’ eles passaram do simples sucesso ao olímpico midiático.
O fato é que a lógica do “apagar para não morrer aos poucos” funcionou e o ídolo que tornou-se mito volta ao estrelato após a possibilidade do fim. Apesar de dar certo, tomara que a moda não pegue, nem que os Los Hermanos voltem à trilogia ídolo-mito-ídolo.

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