quarta-feira, 2 de junho de 2010

Cazuza: gênio antes de mito

No meio de tantos mitos da música que deixam as suas carreiras e fãs depois de experimentarem o auge do seu estrelato, não poderia deixar de falar do ícone que deixou esse planeta para se tornar um dos seres mais queridinhos do Brasil. Agenor de Miranda Araújo Neto, mais conhecido como Cazuza foi cantor e compositor considerado símbolo da sua geração enquanto vocalista e principal letrista da banda Barão Vermelho.



Morto em 7 de julho de 1990, o ícone autor de canções como "Exagerado", "Codinome Beija-Flor", "Ideologia", "Brasil", "Faz Parte Do Meu Show", "O Tempo Não Pára" conquistou o auge de sua carreira no final do século XX, ao lado de Frejat e Barão Vermelho. Cazuza sustentou sua imagem no meio de várias polêmicas, que envolviam rebeldia, sexo, bissexualismo e doença.

O ídolo que virou mito se enquadra na categoria dos “mitos trágicos” que garantem a eternidade de sua imagem por serem “injustiçados pela vida”, justo quando alcançam o momento ‘clímax’ da carreira. Antes de morrer, Cazuza sofreu o preconceito da sociedade por ser soropositivo. Quando morreu, virou vítima e em pouco espaço de tempo, já era um dos seres mais respeitados do mundo da música brasileira – e ainda é.

A aids e o bissexualismo eram considerados um tabu, até o ‘grande ser’ se tornar vítima desses acontecimentos. Cazuza provou que não é preciso ser certinho ou andar completamente dentro da lei, para fazer composições extraordinárias. Afinal, os grandes gênios nunca foram lá tão normais.

Cazuza, que hoje é uma referência musical de quem o Brasil se orgulha, deixou 126 canções gravadas, 78 inéditas e 34 para outros intérpretes, em apenas nove anos de carreira. As canções de Cazuza já foram reinterpretadas pelos mais diversos artistas brasileiros de diferentes gêneros musicais.



Em merecida homenagem ao grande ícone, a Som Livre realizou o show Tributo a Cazuza em 1999, posteriormente lançado em CD e DVD, do qual participaram Ney Matogrosso, Barão Vermelho, Engenheiros do Hawaii, Kid Abelha, Zélia Duncan, Sandra de Sá, Arnaldo Antunes e Leoni. No ano 2000 foi exibido no Rio de Janeiro e em São Paulo o musical Casas de Cazuza, escrito e dirigido por Rodrigo Pitta, cuja história tem base nas canções de Cazuza.



Em 2004 foi lançado o filme biográfico Cazuza - O Tempo Não Pára de Sandra Werneck.

Os lançamentos provam o quanto o ídolo se torna mito após a morte. O caso Cazuza nos leva a crer que muitas vezes personalidades surgem exatamente para provar para a sociedade que atrás de muitas mentes doentias existe uma sabedoria, que vai muito além dos princípios aprendidos dentro de quatro paredes.

Veja também: The Rock Wall

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