Por Daniel Duque
Acaba de ser lançado para todo mundo, no dia 17/07, o mais novo trabalho do lendário guitarrista John Frusciante: o EP chamado Letur-Lefr. Muitas críticas, porém, já foram ouvidas de fãs do ex-Chili Pepper devida à drástica mudança no estilo musical de suas novas músicas. Já não se ouvem mais as guitarras empolgantes, tão marcantes no som de John. O que há de novo, então, em seu novo gênero?
Desde a divulgação pré-lançamento de sua nova obra, Frusciante afirma que seu novo estilo seria “Sinth Pop Progressivo”, embora o mesmo afirme que não tem nada a ver com seu som, apesar de ter sido sua abordagem. A partir do momento em que a pré-venda foi disponível, centenas de milhares de fãs por todo o mundo puderam garantir uma cópia para si e desfrutaram do lançamento prévio de uma das músicas do EP, “Glowe”, instrumental, curta e rica em percussão e belos teclados ao final.
Ao ser lançado, porém, poucos foram os que entenderam o novo som de John Frusciante. Afinal, o Letur-Lefr está lotado de sintetizadores, hip-hop e efeitos sonoros. Somente na primeira e na última música os vocais de John são predominantes. Ele mesmo explica em seu site: “Depois de um ano ou mais no computador, ocasionalmente comecei a usar minha voz novamente. Antes disso, incorporar guitarra e vocal parecia um problema, pois eu queria fazer música baseado nas regras, como as entendi - inerente a vários estilos de música eletrônica que eu adorava - e não queria misturar isso com o que eu previamente fazia com composição e guitarra, sendo que regras do pop/rock seriam naturalmente envolvidas.”
Quando analisado, porém, sem preconceitos, Letur-Lefr se mostra uma bela obra. Afinal, os fãs devem atribuir um som característico a seu ídolo? Até que ponto as expectativas podem limitar a criatividade? John afirma já não se importar com o que outros esperam dele e, com isso, libertou-se de qualquer amarra que pudesse impor à sua criatividade.
Com muitas quebras de ritmo, texturas musicais complexas e participações inesperadas, o EP se mostra quase como um trabalho simétrico. A primeira e última música, “In my eyes” e “In my light” respectivamente, são análogas em relação à forte presença dos vocais de John. Já a segunda e a penúltima “909 days” e “FM” contam com rappers sobre as belas músicas. Para tudo conectar-se, “Glowe” é a faixa do meio, sem vocais, mas com bonitos ritmos e um bom trabalho na percussão.
Apesar, então, da drástica mudança em seu estilo, John Frusciante continua mostrando maestria e preocupação com sua obra, aproximando cada vez mais sua música de uma utópica pureza artística. Desde sua saída do Red Hot Chili Peppers, vem se mostrando livre criativamente para surpreender, inovar e melhorar, sempre.
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